A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) divulgou, nesta sexta-feira (8), o resultado preliminar da apuração de denúncia de fraude nas cotas raciais da instituição. Segundo as informações, a comissão especial que acompanha as autodeclarações dos estudantes denunciados indeferiu as declarações de 239 estudantes, que podem perder o vínculo com a universidade.
O processo de apuração, segundo a Ufrgs, começou com o recebimento de denúncias que somavam 400 casos. Deste conjunto, foram removidos nomes duplicados, pessoas que nunca haviam sido alunas da Ufrgs (apenas foram classificadas nos processos seletivos, mas não efetuaram matrícula), estudantes que não ocupam cotas destinadas a pretos, pardos ou indígenas e evadidos (sem vínculo com a Universidade), resultando em 334 alunos, que foram chamados a comparecer diante da comissão.
Em nota, a Ufrgs informou que a aferição presencial realizada pela comissão teve como base “a constatação de que o candidato é visto socialmente como pertencente ao grupo racial negro, com base no seu fenótipo. Além da cor da pele, são consideradas outras características fenotípicas, tais como tipo do cabelo, formato do nariz e dos lábios”. Comparecerem às aferições 274 estudantes (82% dos notificados), dos quais 35 tiveram sua declaração deferida (13% dos que compareceram, 10% dos notificados) e 239 estudantes tiveram sua declaração indeferida (86% dos que compareceram, 72% dos notificados).
Os resultados foram comunicados aos alunos entre os dias 4 e 6 de dezembro. Agora, os alunos que tiveram sua declaração indeferida têm prazo de dez dias, a contar do recebimento do parecer da comissão, para apresentar recurso. O resultado final do processo será divulgado em 9 de janeiro. A Ufrgs abrirá processo de desligamento dos estudantes que não tiverem seu recurso atendido. A comissão especial é formada por 11 titulares e 6 suplentes (entre homens, mulheres, brancos e pretos).