Search
[adsforwp-group id="156022"]

No ano, quase 2 mil motoristas foram presos no RS por beber e dirigir

img_14130_foto_1.jpg

Na frente de um barzinho em Santa Maria, na Região Central, Milena Umpierre Alves, 16 anos, foi surpreendida por uma caminhonete Captiva desgovernada trafegando em sua direção na madrugada de 19 de fevereiro deste ano. O motorista invadiu a calçada, atropelou a jovem e pôs fim à comemoração que ela fazia com amigos e o namorado pela retomada do relacionamento.

A adolescente ficou embaixo do veículo, batido na calçada da Rua Serafim Valandro, no Centro. Ela foi retirada com vida, mas morreu no Hospital Universitário.

Com base no depoimento de testemunhas e no relato de policiais militares, o homem apontado como motorista foi preso em flagrante por homicídio culposo, com agravantes por embriaguez e pelo atropelamento ter acontecido na calçada.

Desfechos como esse estão em queda no Estado desde 2013, última vez em que o número de motoristas detidos em flagrante por estarem sob efeito de álcool superou o ano anterior. Em 2017, de janeiro a novembro, 19.402 motoristas foram multados por dirigir sob efeito de álcool e 1.939 deles acabaram levados para delegacias por conduzirem embriagados – volume 25% inferior ao registrado nos 12 meses de 2016.

Pela legislação em vigor, o motorista é preso quando, ao soprar o bafômetro, o resultado for igual ou superior a 0,34 mg de álcool por litro de ar expelido. A conduta é considerada crime de trânsito (leia mais no quadro ao fim da reportagem).

Comparado com os últimos nove anos, 2017 registrava, até novembro, o menor número de prisões por esse tipo de crime. O ápice de detenções aconteceu em 2013, ano seguinte à alteração no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que passou a prever, com a lei 12.760, detenção a quem dirigir com “capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool”, comprovada por bafômetro, testemunhas e até vídeos.

A mudança fez com que o elemento central para a punição deixasse de ser a quantidade de ingestão de bebida alcoólica por litro de sangue. Em 2013, 5.689 motoristas foram presos, 53% a mais do que em 2012 e 193% superior aos 11 primeiros meses de 2017.

Há quatro anos, percebe-se uma redução contínua. Duas hipóteses podem explicar a queda nas prisões, aponta André Moura, diretor do Departamento de Direito de Trânsito do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul (Iargs) e professor universitário:

– A primeira delas é o aumento da fiscalização, principalmente à noite. A segunda, a percepção dos condutores à ampliação desta fiscalização. Ficaria muito feliz em acreditar que houve conscientização, mas, provavelmente, seja medo. Ou seja, uma educação forçada – diz.

O aumento das blitze, mencionado pelo especialista, é comprovado por números da Balada Segura, operação do governo do Estado que abordou 70.211 veículos somente no primeiro semestre de 2017. Em todo o ano passado, foram 103.484 motoristas, aumento de 27,97% na comparação com 2015.