Apesar de sustentar que o Gre-Nal é apenas mais um jogo do Brasileirão, o Inter montou uma programação especial na preparação para o clássico 416, sábado, na Arena do Grêmio. Para se afastar do clima de tensão de Porto Alegre, o grupo colorado vai se refugiar a partir desta quinta-feira em um hotel-fazenda em Viamão, até a hora da partida. Até as entrevistas pré-jogo foram antecipadas para o início da tarde de hoje, antes do deslocamento para o hotel. Depois disso, serão 48 horas de completo isolamento. A imprensa não terá acesso ao local.
Durante o treino fechado da manhã dessa quarta-feira, dezenas de torcedores protestaram em frente a um dos portões do Beira-Rio. Não tão numerosos, mas altamente barulhentos, eles chegaram a atirar rojões na direção do estádio, entoaram cantos pedindo raça e gritaram xingamentos. Os alvos preferidos eram o técnico Odair Hellmann, o vice de futebol Roberto Mello, o atacante Nico López e o volante Rodrigo Dourado.
Horas depois, Nico López foi filmado por torcedores em uma agência bancária. No vídeo, eles o abordam pedindo honra à camiseta e dizendo que o Gre-Nal não é apenas um jogo. “Eu não vou jogar”, responde o uruguaio. “Vou sair. Hoje foram lá protestar, ‘Nico López vai embora’, então eu vou”, diz o jogador, aparentemente sem saber que estava sendo filmado.
Destacado para a entrevista pós-treino, Patrick comentou os protestos. “Hoje, eles estão ali gritando que somos sem-vergonha. Se ganharmos a próxima partida, já muda. O torcedor quer o nosso melhor. Que busquemos a vitória, que nos dediquemos ao máximo e, por isso, nos cobra. A gente também se cobra internamente. Precisamos continuar focados no trabalho, só assim vamos reverter essa situação”, analisa o meio-campista.
