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Empresário gaúcho é o primeiro preso por prática de locaute

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Saiu no Rio Grande do Sul a primeira prisão por locaute — boicote empresarial — durante a greve dos caminhoneiros. A Polícia Federal (PF) prendeu um empresário da área de transportes que teria ajudado de forma ativa a organizar a paralisação de motoristas de caminhão que completa 11 dias nesta quinta-feira (31).

A Polícia Federal não divulgou o nome do empresário nem da empresa que ele dirige. GaúchaZH apurou, no entanto, que se trata de Vinicius Pellenz, dirigente da Irapuru Transportes Ltda., cuja sede fica em Caxias do Sul. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça Federal. Ela dura cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco dias.

O transportador teria papel decisivo em bloqueios de caminhões realizados na RS-122, na RS-452 e na BR-116, na região dos municípios de Bom Princípio, Feliz e Vila Cristina.

Mais de 60 policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão na sede da empresa, em Caxias do Sul, e em postos de combustíveis e imóveis de Vale Real. O empresário foi preso em um condomínio de luxo em Xangri-lá.

O inquérito foi instaurado quarta-feira (30), a partir de denúncias recebidas e análise de informações empresariais. A investigação apontou que o empresário estaria ameaçando caminhoneiros para que não realizassem transporte de cargas. Ele também teria obrigado motoristas a desembarcar dos seus caminhões e abandonar os veículos em postos de gasolina.

A PF chamou a Operação de Unlocked (desbloqueado, em inglês). O empresário é investigado por atentado contra a liberdade de trabalho (Artigo 197 do Código Penal) e associação criminosa (Artigo 288 do CP).

GaúchaZH tentou entrar em contato com a Irapuru Transportes Ltda., que até as 10h50min não havia atendido as ligações para se manifestar sobre a operação.

 

CONTRAPONTO

O que diz a Irapuru Transportes Ltda:

Em nota, a empresa declarou: “A Irapuru Transportes comunica aos seus clientes, fornecedores e colaboradores que está operando com suas atividades normalmente. A empresa, que atua há 48 anos no mercado e é reconhecida como um dos mais modernos e bem equipados operadores logísticos do país, espera que as informações divulgadas pela imprensa, de uma suposta participação sua na greve dos caminhoneiros, sejam esclarecidas o mais rápido possível, e que a verdade venha à tona, demonstrando que não houve seu envolvimento neste movimento. O presidente e administrador da empresa, que se encontra em viagem à Ásia desde a última semana, repudia todo e qualquer ato que vá de encontro à liberdade de locomoção e à democracia. A direção da empresa está acompanhando os fatos com atenção e tranquilidade. A Irapuru também sofreu os efeitos da paralisação e não vai permitir que esse momento de instabilidade do país interfira nas relações com seus clientes, baseada nos valores éticos da empresa. A Irapuru reitera a sua relação de confiança com seus clientes, colaboradores, fornecedores e comunidade e agradece às manifestações de solidariedade recebidas.”