O Programa Conexão Rural deste sábado (20), recebeu o presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Marcos Tang. O gestor falou sobre a resposta do Governo do Estado sob as reivindicações do setor leiteiro por medidas para combater a falta de competitividade do leite em relação aos produtos importados.
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Com objetivo de fortalecer o setor leiteiro no Rio Grande do Sul e o mercado brasileiro, o governador em exercício Gabriel Souza assinou, nesta quinta-feira (18), o Decreto 57.571/2024, que altera regras para concessão de benefício fiscal a empresas do setor. A medida proíbe, a partir de 2025, a concessão a empresas que utilizam leite em pó ou queijo importados em seu processo industrial. A publicação foi feita no Diário Oficial do Estado de sexta-feira (19).
Tang avalia a medida como positiva, mas lamenta que não entre em vigor imediatamente, pois o decreto de estímulo e fortalecimento do setor leiteiro gaúcho prevê a vedação, a partir de 2025:
“Ao lamentar e agradecer, a sensibilidade do Estado ter feito algo, podemos dizer que ainda tardio foi feito. Porém nós temos que continuar nossa luta, pois entendo que o governo a nível nacional, sobre tudo o que foi feito não teve efeito nenhum. Não somos da área política, mas defendemos a cadeia leiteira”, diz o gestor da Gadolando.
A iniciativa da esfera estadual atende às solicitações do setor leiteiro, que enfrentavam a concorrência desleal de produtos a base de leite oriundos, em boa parte, dos países do Mercosul. O decreto pretende incentivar o uso de leite e queijo produzidos no mercado interno, o que fortalece a indústria, os produtores rurais e as cooperativas locais.
O presidente destaca que outros estados também encaminham medidas semelhantes para preservar a cadeia leiteira:
“Outros estados estão tomando medidas semelhantes ao RS, está passando do momento para o governo nacional salvar os produtores. Essas pessoas que deixam de usar o leite nacional também são responsáveis por essa conta alta socioeconômica e por mais de 50% de produtores rurais pararem com sua atividade”, aponta Tang.
O gestor da Gadolando defende que é necessária uma campanha a nível nacional que crie um selo para a defesa de produtos com leite brasileiro. Com isto, promovendo e destacando a qualidade sanitária dos lácteos de produção nacional, favorecendo um equilíbrio na comercialização.
Leite em pó
Questionado sobre a utilização do leite em pó e a sua utilização pela indústria:
“Quando se fala em exportação e leite que se tem que transportar para outros países, não falamos em leite líquido, porque são mais de 70% da composição em água. Com isto, entendemos que o leite seja transportado em pó”
“Acho que nessa luta estamos superunidos, tanto produtores de leite, quanto indústrias. Quem nunca senta conosco é o varejo. Uns dizem que não põem o leite em pó na gôndola, porque não podem ter 20% de lucro, ou seja a responsabilidade social é zero”
“Nossa indústria é bastante especializada, tu tem que fazer o leite em pó e te credenciar a exportar. Nós temos que daqui a cinco anos discutir cadeia internacional e abrir mais mercados para sermos mais competitivos. O leite em pó é usado pela facilidade no manejo, como em hospitais por exemplo, isso tem que crescer mais”
Confira a entrevista com Marcos Tang
Programa Conexão Rural
O Programa Conexão é transmitido aos sábados, de 07h às 10h, com apresentação do comunicador Alex Soares. A atração é veiculada na Rádio Acústica FM (97,7), com transmissão no Facebook, Youtube, Alexa e pela Sul TV (canal 42).