Para exemplificar a ocorrência da doença no corpo masculino, o Dr. Rafael trouxe ao programa um caso que tratou em sua clínica, onde um paciente de 84 anos estava com uma retenção urinária aguda há meses. Durante o atendimento, o urologista conta que, além da retenção, o paciente apresentava dor abdominal, incontinência urinária e dificuldade para urinar.
“O paciente, ele já chegou com a calça toda molhada [de escape de urina]. A partir daí, eu fui examinar e ao apalpar a barriga dele, embaixo do umbigo, eu percebi que tinha uma massa endurecida, uma região mais dura do que o normal. [Assim], eu tirei ele da sala de exame do consultório, levei para a sala de ecografia e lá, eu verifiquei que ele tinha uma bexiga com 600 ml de urina [retidos]”, conta o urologista na entrevista.
Após este diagnóstico, Fraga optou por examinar a próstata do paciente. “(…) um senhor com 84 anos de idade com dificuldade para urinar, retendo urina, é [problema de] próstata e, ao olhar a ecografia, vi que a próstata era bem pequenininha“, relata. Assim, para encontrar um diagnóstico mais preciso, o especialista levou o paciente novamente ao consultório e utilizou uma sonda fina para estimar qual seria o tamanho da próstata do paciente.
“Passei aquela sonda, bem fininha [na uretra] e trancou logo depois da entrada do pênis. E aí, eu cheguei no diagnóstico final: esse homem tá com uma estenose de uretra”, conta o urologista. Dessa forma, o médico constatou que o idoso tinha um estreitamento do canal da uretra causada por um processo inflamatório infeccioso após um procedimento de raspagem da próstata feito pelo paciente cerca de 10 anos atrás.
Para reverter a situação do paciente, o Dr. Rafael optou por realizar uma sondagem vesical para desobstrução da bexiga e alívio da dor. Porém, por estar com um canal muito fino, não foi possível colocar o dilatador no paciente na primeira tentativa. Ainda na mesa de cirurgia, o especialista optou por dilatar mais a bexiga do idoso e conseguir uma posição melhor para inserir a sonda. Assim, após colocar o dilatador, os 700 ml de líquidos que estavam dentro do homem foram expelidos, aliviando a dor do paciente.
No fim do relato do caso, o Dr. Rafael informa que, após a cirurgia, o paciente ainda passará por mais alguns exames para determinar a extensão da estenose. E, com base nos resultados, será decidido se o paciente será submetido a cirurgia para corrigir a estenose ou se continuará com a sonda vesical.
Ao saber mais detalhes do quadro médico do idoso, o apresentador Fábio Renner questiona o Dr. Rafael sobre como acontece a estenose de uretra. O médico, por sua vez, relatou que a estenose pode ser desenvolvida de diversas formas, incluindo trauma, infecções e doenças como o câncer de próstata e bexiga.
Sobre possíveis tratamentos, Fraga diz que tudo irá depender da causa e da gravidade do estreitamento da uretra. Em alguns casos, apenas a colocação de uma sonda vesical é suficiente para aliviar os sintomas e manter o paciente bem. Porém, para acabar efetivamente a estenose, o urologista afirma que a cirurgia de correção é o mais eficaz e seguro em todos os casos.