Aos 84 anos de idade, hoje residindo na capital gaúcha, o escritor Sérgio Faraco foi anunciado nesta quinta-feira (15), durante coletiva de imprensa da Câmara Rio-Grandense do Livro, como o patrono que representará a edição que marca os 70 anos ininterruptos de Feira do Livro de Porto Alegre.
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Vencedor do prêmio de ficção da Academia Brasileira de Letras, em 1999, pela obra Dançar Tango em Porto Alegre, Sérgio diz que o reconhecimento é também em nome de todos os escritores que representa.
“É uma homenagem importante que recebo da Câmara Rio-Grandense do Livro e sempre vou lembrar. Não a recebo por mim, que pouco mereço, mas em nome daqueles que sinto representar nessas duas semanas, os escritores desta cidade e deste estado. A distinção é deles”, ressalta o patrono.
Três vezes agraciado com o Prêmio Açorianos de Literatura, o escritor já teve contos publicados em mais de dez países, como Alemanha, Argentina, Bulgária e Chile. Em seu trabalhomais recente, Faraco escreveu uma memória que, segundo ele, o leitor poderá considerar uma continuação de Lágrimas na chuva. “Reproduz as dificuldades que tive em 1965, após ter voltadoda Rússia. O livro se chama Digno é o cordeiro e será publicado um pouco antes na Feira do Livro pela L&PM, a casa que edita meus livros há quase 40 anos”, conta o escritor.
Para o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur, a escolha de Faraco é uma forma de homenagear sua contribuição à literatura regional.
“Sérgio Faraco representa o nosso compromisso com a promoção da literatura que certamente inspira eenriquece novos leitores”, destaca.
A Feira do Livro deste ano também marca a retomada do setor livreiro que foi fortemente impactado pela enchente que atingiu o estado em maio desteano. O evento literário ocorre de 1º a 20 de novembro, na Praça da Alfândega.
Quem é Sérgio Faraco
Nascido em Alegrete, em 1940, viveu por dois anos na União Soviética entre 1963 e 1965, quando cursou o Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou. O escritor também é formado em Direito. Ao longo da sua trajetória literária, Faraco acumula prêmios e reconhecimentos pelos seus contos, memórias, crônicas e obras de ficção. Em 1988, com a obra A dama do Bar Nevada, conquistou o Prêmio Galeão Coutinho, reconhecido pela União Brasileira de Escritores como o melhor volume de contos lançado no Brasil no ano anterior. Alguns anos depois, em 1994, com A lua com sede, recebeu o Prêmio Henrique Bertaso de melhor livro de crônicas. Nos anos de 1995, 1996 e 2001, foi agraciado com o Prêmio Açorianos de Literatura, principal premiação cultural da capital gaúcha. Em 2008 recebeu a Medalha Cidade de Porto Alegre, como homenagem da prefeitura da capital.