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Política

Deputado Jeferson critica proposta do governo que desvaloriza soldados da BM

Projeto de Lei Complementar altera carreiras e funções de quadros, nos órgãos da segurança pública do estado
Deputado Jeferson critica proposta do governo que desvaloriza soldados da BM
Deputado Jeferson critica proposta do governo que desvaloriza soldados da BM. Foto: Fernando Gomes/Agência ALRS

“Quem se expõe no cotidiano combatendo o crime acaba não tendo garantia de progressão de carreira. Enquanto isso, o governador Eduardo Leite, para conformar os do ‘andar de cima’ (oficiais superiores) cria uma Função Gratificada de mais de R$ 8 mil, o que é uma vergonha”. A afirmação é do deputado Jeferson Fernandes (PT) que se pronunciou na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (22), para criticar o PLC 256/2024, de autoria do Executivo gaúcho que tramita em regime de urgência e trata de estratégia de pessoal para órgãos da segurança pública do estado, com alterações nas carreiras e funções de quadros da Polícia Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Instituto Geral de Perícias e Susepe.

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Pela proposta do governo do Estado, que será votada no próximo dia 10, o subsídio do Soldado de Primeira Classe será de R$ 5.716,20 e do Soldado de Classe Especial será de R$ 7.102,66. Sobre estes valores incidirá o reajuste de R$ 12.49% (4% em 01/2025, 4% em 10/2025 e 4% em 10/2026). Por outro lado, os oficiais, com subsídios de R$ 30 mil, R$ 40 mil, pela proposta do governo, terão FG de 8 mil.

A proposta deveria reconstituir direitos da Polícia Civil, Brigada Militar, Bombeiros Militares, Policiais Penais, Trabalhadores do IGP, mas cria alguns problemas nas carreiras da segurança pública. Segundo Jeferson, o governador, com votos da sua base aliada, criou três níveis de soldados na BM. A proposta foi criticada pela bancada do PT. “O sujeito faz concurso para soldado com a expectativa de ser promovido, mas no máximo ele vai chegar ao terceiro nível. Criticamos essa ideia desde o seu nascedouro, mas o governador agora tenta fazer mea culpa e cria dois níveis: uma primeira classe a outra chamada de classe especial. Quem está na primeira, que é o brigadiano que tem 14 anos na carreira permanece na primeira, após vai para a segunda classe”.

Pelo projeto que deve ser votado no próximo dia 10, os problemas continuam, pois os soldados que se expõem no cotidiano, combatendo a criminalidade acabam não tendo garantia de progressão de carreira, enquanto oficiais receberão FG de mais de R$ 8 mil. “Há tempo defendemos que tem que haver uma carreira dentro da Brigada Militar que possibilite o oficial superior ingressar como soldado para ter a experiência do cotidiano para ser um bom comandante depois. O Brasil é um dos poucos países que mantém estrutura arcaica de PM, sem profissionalização e com uma polarização entre oficiais e praças. Precisamos discutir a fundo esse tema e não ter medidas como essa que pioram essa relação”, argumentou.

Na Polícia Civil, segundo o deputado, também está se criando FG para alguns cargos. “Nada contra os delegados e oficiais superiores que fizeram concurso e fazem jus a uma boa remuneração, mas a FG é um subterfúgio para a chefia ficar com seu subordinado na mão. Porque na hora que o sujeito critica a gestão, pode ser cortada a FG”, argumentou.

Texto: Claiton Stumpf 

Tags: BM, Brigada Militar, Política, soldados