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Caso Kerollyn

Mãe e pai de menina encontrada morta em contêiner de lixo em Guaíba são indiciados pela Polícia Civil

Inquérito foi concluído pela PC-RS neste final de semana. Ao todo, 32 pessoas foram ouvidas pelas autoridades na investigação
Foto: redes sociais
Foto: redes sociais

A Polícia Civil indiciou a mãe e o pai como responsáveis pela morte da menina Kerollyn Souza Ferreira, 9 anos, que teve o corpo encontrado dentro de um contêiner de lixo em Guaíba, na Região Metropolitana.

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Segundo a investigação, a mãe da criança, Carla Carolina Abreu de Souza, cometeu os crimes: maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. Ela deixou o sistema prisional, no domingo, e cumprirá medidas cautelares. Isso porque a juíza Andreia da Silveira Machado, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Guaíba, negou o pedido da Polícia Civil para prorrogação da prisão temporária, pontuando que a custódia “não é mais imprescindível para as investigações existentes”. O pai da menina, Matheus Ferreira, foi indiciado por abandono material e violência psicológica.

O inquérito foi concluído no último final de semana. Ao todo, 32 pessoas foram ouvidas, sendo oito delas interrogadas. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizou 12 exames periciais, além de apresentar 21 laudos à polícia. De acordo com laudo pericial, foi constatada a presença da substância Clonazepam na vítima. Com relação à causa da morte, a perícia não determinou o motivo.

Entre os laudos analisados, está o exame toxicológico que confirmou a presença de sedativo no corpo de Kerollyn. O inquérito policial teve três volumes, com cerca de 300 páginas. O relatório final teve 61 páginas.

Relembre o caso

A morte de Kerollyn completou um mês nesta segunda. O caso está sob sigilo no Tribunal de Justiça (TJ) “por medida de segurança” após a detecção de acessos indevidos aos autos do processo por usuários do sistema que não atuam no caso.

O corpo de Kerollyn foi encontrado por um reciclador dentro de um contêiner de lixo no bairro Cohab, em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, de acordo com a Brigada Militar (BM). Na época, não foram encontrados sinais de violência aparentes no corpo da vítima, conforme a perícia.

A mãe da menina, Carla Carolina Abreu Souza, foi presa temporariamente em 10 de agosto, um dia após o corpo ter sido encontrado. Segundo a Polícia Civil, ela é suspeita de responsabilidade sobre as circunstâncias que levaram à morte da filha.

Em depoimento à polícia, Carla teria dito que deu um sedativo sem prescrição médica à menina horas antes de Kerollyn ter sido encontrada morta dentro do contêiner de lixo. De acordo com a investigação, a criança teria ingerido um grama de clonazepam, além de ter recebido a medicação risperidona (com prescrição).

A investigada afirmou em depoimento que também teria ingerido clonazepam e que tanto ela quanto a filha foram dormir momentos depois, segundo a Polícia Civil. A suspeita ainda teria dito que acordou por volta de 7h, viu que a menina não estava em casa, tomou mais medicamento e voltou a dormir.

A mulher também teria afirmado à polícia, de acordo com a investigação, que já agrediu a filha com uma escumadeira – espécie de colher de metal. Nesse episódio, Kerollyn chegou a ser levada para o hospital por uma lesão na cabeça, supostamente por consequência de um tombo de bicicleta, mas que, após investigação, apurou-se ter sido causada pela mãe.

Vizinhos reforçam que a criança sofria maus-tratos. De acordo com eles, a menina passava frio, fome, pedia esmola na rua e era alvo de agressões. Os relatos também dão conta que a mãe da vítima faria uso de álcool e drogas.

 

A palavra das defesas

A advogada Thais Constantin, responsável pela defesa de Carla Carolina Abreu de Souza, alega que desde o início “foi colocada uma única linha investigativa”. “Se o delegado vem à imprensa e afirma que eles têm convicção que essa criança foi colocada dentro de uma lixeira, e a gente tem um possível indiciamento de maus-tratos e não da questão do homicídio, alguém vai ter que responder quem matou essa criança”, sustenta.

O advogado José Luiz Aveline Zanella, que representa Matheus Lacerda Ferreira, afirmou que “a defesa se opõe ao indiciamento feito pela Polícia Civil”.