Terça-feira (2), ao encerrar a entrevista pós-goleada de 4 a 0 sobre o Tucumán, Renato Portaluppi fez uma provocação aos repórteres, que, naquele momento, já recolhiam seus equipamentos e preparavam-se para deixar o auditório da Arena:
— Duas perguntinhas — anunciou o treinador: — Alguém sabe qual o ataque mais positivo da Libertadores? E alguém sabe o melhor ataque do futebol brasileiro?
Com justificada razão, Renato orgulhava-se do desempenho ofensivo de sua equipe, que projeta, neste sábado, contra o Bahia, na Arena, superar a marca de 95 gols em partidas oficiais na temporada – 96, se for computado um gol de Léo Moura em amistoso contra o Corinthians, em julho.
Como o Palmeiras só atuaria no dia seguinte, o Grêmio, no momento da entrevista de Renato, ainda despontava como o melhor ataque brasileiro. Na Libertadores, com 22 gols, a equipe gaúcha é a que mais marcou.
— Não é pouca coisa. É mais uma prova de que o meu time joga sempre para ganhar, seja qual for o local. Os números estão aí — completou Renato.
Diferentemente de times que contam com apenas um goleador, o Grêmio distribuiu bem as tarefas na hora de fazer gols. Se Everton, com 17, se distancia dos demais, Luan, mesmo em uma temporada considerada irregular, já fez 11. Sem ser titular indiscutível, Jael soma nove. Alisson, apesar de uma parada de 80 dias, provocada por lesão, já tem oito. Dos atacantes, só mesmo André, que tem quatro gols até agora, fica abaixo da média. No jogo deste sábado, recuperado de lesão muscular, ele começará na reserva.
Até jogadores de função mais defensiva ostentam boas marcas. Fiéis à orientação de que os volantes também precisam pisar na área, Maicon e Cícero têm cinco gols cada. Ao trocar o Grêmio pelo Barcelona, em agosto, Arthur, outro volante, tinha marcado quatro vezes. Do time considerado titular, apenas o lateral-esquerdo Bruno Cortez, junto com o goleiro Marcelo Grohe, não fez gol.
Titular em 2018, depois de dois anos de espera, Everton admite que precisava melhorar as finalizações. O crescimento se deve às orientações que recebe de Renato durante os treinamentos e ao cuidado com que observa os vídeos editados pelo Centro Digital de Dados (CDD), destinados à correção de erros.
— Além de treinar bastante, ele escuta. Por isso o crescimento — resume o técnico.
A vocação ofensiva do time é destacada por Maicon. Ele lembra que, em uma das poucas vezes em que o Grêmio abriu mão de sua característica, pagou caro. Foi no segundo tempo do jogo de ida contra o Flamengo, dia 1º de agosto, pela Copa do Brasil. Depois de dominar e marcar seu gol no primeiro tempo, a equipe recuou e cedeu o empate, resultado lamentado ainda hoje.
— Nosso time não pode recuar com medo de perder. Naquela noite, deu um apagão na equipe. O gol no final nos custou caro, a eliminação. Temos nossa maneira de jogar, independentemente de onde vamos atuar, se na Arena ou fora. A nossa vontade de vencer os jogos é a mesma. Não temos porque mudar — entende.
Autor de 102 gols pelo Grêmio, clube que defendeu por quatro temporadas, o ex-atacante Osvaldo, campeão da Libertadores e do Mundial de 1983, faz elogios a Everton, mais letais, em sua opinião, do que os palmeirenses Dudu, Willian e Borja, por ele definidos como irregulares. O sucesso do ataque, entende o ex-jogador, se explica pelas reposições que Renato faz no ataque. Quem entra, corresponde, afirma.
Otimista, Osvaldo confia em uma final de Libertadores brasileira:
— Grêmio e Palmeiras farão a decisão. Será um prêmio aos dois melhores ataques.
RAIO-X DOS GOLS DO GRÊMIO
Total: 96 (computado o gol marcado em amistoso contra o Corinthians)
63 gols marcados na Arena
33 gols marcados fora de casa
Brasileirão – 35 gols
Libertadores – 22 gols
Copa do Brasil – 6 gols
Gauchão – 31 gols
Recopa – 1 gol
Amistoso – 1 gol
Gols feitos no 1º tempo – 40
Gols feitos no 2º tempo – 56
Gols de cabeça – 14
Paulo Miranda – Avenida
Jael – Monagas
Cícero – Monagas
Ramiro – Cerro Porteño
Cícero – Cerro Porteño
Thonny Anderson – Ceará
Bressan – Atlético-MG
André – Atlético-MG
Jael – Flamengo
Kannemann – Estudiantes
Alisson – Estudiantes
Juninho Capixaba – Paraná
Geromel – Ceará
Thonny Anderson – Ceará
Gols de falta – 4
Jael – Inter
Ramiro – Brasil-Pel
Maicon – Santos
Luan – Ceará
Dentro da área – 66
Fora da área – 10
Pênaltis convertidos – 13
Jean Pyerre – Avenida
Jael – Novo Hamburgo
Maicon – São Paulo-RG
Luan – Inter
Luan – Avenida
Luan – Goiás
Jailson – Monagas
Cícero – Atlético-PR
Jael – Botafogo
André – Botafogo
Douglas – Paraná
Cícero – Tucumán
Jael – Tucumán
Todos os goleadores
Everton – 17 gols
Luan – 11 gols
Jael – 9 gols
Alisson – 8 gols
Maicon -5 gols
Cícero – 5 gols
André – 4 gols
Arthur – 4 gols
Ramiro – 4 gols
Thonny Anderson – 4 gols
Léo Moura – 2 gols
Thaciano – 2 gols
Matheus Henrique – 2 gols
Jean Pyerre – 2 gols
Jailson – 2 gols
Pepê – 2 gols
Douglas – 2 gols
Geromel – 1 gol
Juninho Capixaba – 1 gol
Marinho – 1 gol
Kannemann – 1 gol
Bressan – 1 gol
Michel – 1 gol
Madson – 1 gol
Paulo Miranda – 1 gol
Isaque – 1 gol
Igor Rabello contra (Botafogo) -1 gol
Sanchez contra (Atlético Tucumán) – 1 gol