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RS tem baixa imunização contra HPV entre adolescentes

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Dados da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul dão conta de que o estado tem pouco mais de 503 mil meninas entre 9 e 14 anos de idade e 358 mil meninos de 11 a 14 anos. Desse total, apenas 28,9% já receberam as duas doses da vacina contra o papilomavírus humano, o HPV.

Quando analisados os números de janeiro a setembro deste ano relacionados à primeira dose, é possível constatar que a aplicação ocorreu em 55,7% das garotas e 37,1% dos rapazes. Os índices são considerados preocupantes pelas autoridades.

Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o aparelho genital e 12 são de alto risco, incluindo a possibilidade de provocar câncer. De acordo com a chefe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Tani Ranieri, uma das explicações para a baixa adesão é de que as complicações do HPV costumam ser sentidas a longo prazo, não de forma tão imediata.

A especialista, no entanto, destaca a necessidade de que os responsáveis ou os próprios adolescentes se atentem para a importância da imunização, que permanecerá ao longo da vida. “Vou fazer um comparativo com a vacina contra o vírus Influenza, da gripe: a adesão tem muito mais impacto quando há uma grande circulação na população em casos e até ocorrência de mortes. Aí a vacinação tem grande adesão. À medida em que o risco diminui, a população tende a aderir menos. Mas agora (no caso do HPV) estamos falando de uma imunização antes mesmo da exposição ao risco, antes do início da atividade sexual, para uma proteção que vai ser percebida a médio e longo prazo. A população ainda precisa da ameaça para buscar proteção.”.

Segundo a secretaria estadual da Saúde, o HPV é responsável, por exemplo, por 100% dos casos de câncer do colo do útero, 91% dos registros de câncer anal e 75% dos casos de câncer de vagina.

A vacinação contra o HPV está disponível gratuitamente na rede pública de saúde para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A proteção só está garantida após a aplicação da segunda dose, que deve ser feita seis meses após a primeira.

Considerando os pouco mais de 860 mil adolescentes do Rio Grande do Sul nas faixas etárias da campanha, só 38% das garotas e 15% dos rapazes já receberam completaram o esquema vacinal. Tani Ranieri comenta que o público masculino também é impactado pelo HPV, que costuma ser responsável 63% dos casos de câncer de pênis. “Outra coisa extremamente importante é que o Ministério da Saúde, por uma questão logística, introduziu a vacinação para os meninos mais tardiamente. Antes era apenas para meninas. Batalhamos para que os meninos também fossem contemplados, até porque a gente sabe a importância de reduzir a circulação do vírus em ambos os sexos e de prevenir contra não apenas câncer mas também contra verrugas genitais, que são sexualmente transmissíveis e de alta incidência.”.

Apesar de ser disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para adolescentes, nos postos, a vacinação contra o HPV também é oferecida para jovens e adultos na rede privada.