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Percentual de votos brancos e nulos pode subir no segundo turno, projetam especialistas

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Eleição após eleição, seja em âmbito estadual ou federal, o fenômeno se repete: a proporção de brancos e nulos cai do primeiro para o segundo turno. Neste 2018, no entanto, cientistas políticos acreditam que há chance de essa escrita ser quebrada.

No caso da eleição para presidente, o fato de as duas candidaturas virem de extremos opostos e de os dois postulantes terem altos índices de rejeição poderia favorecer a opção por esse tipo de voto. É provável que haja um contingente de eleitores que rejeite com igual fervor a Jair Bolsonaro (PSL) e a Fernando Haddad (PT).

— Essa eleição está quebrando muitos padrões, e eu tendo a acreditar em um aumento de brancos e nulos no segundo turno, porque muita gente não vai escolher entre a cruz e a espada. As duas campanhas estão baseadas em aumentar ainda mais a rejeição do adversário. Nenhum dos candidatos tem a ilusão de que vai conquistar o coração do eleitor. O que ele estão dizendo é que, com o outro, a situação pode piorar — diz o cientista político Leonardo Barreto.

Barreto observa que outro cenário clássico do voto branco e nulo é aquele em que as opções são vistas como parecidas. Politólogos identificam um quadro assim no segundo turno para o governo do Rio Grande do Sul. Enquanto Bolsonaro e Haddad são opostos, Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) são percebidos como similares.

— Eles têm uma posição programática parecida. Isso pode gerar dois efeitos. O eleitor dos extremos pode não se sentir representado ali, enquanto o eleitor que se sente representado pelos dois candidatos pode ficar indiferente ao resultado — analisa Paulo Peres.

Um fator adicional é que Leite e Sartori manifestaram apoio a Bolsonaro, o que tem potencial para alienar os apoiadores de Haddad em particular e da esquerda em geral — bem como os eleitores que não são de esquerda, mas veem no concorrente do PSL uma ameaça à democracia.

— Como os dois candidatos manifestaram esse apoio, acaba não fazendo diferença para conquistar votos. Mas Bolsonaro tem muita rejeição, o que pode levar ao aumento do voto branco ou nulo para governador — diz Peres.