No programa Primeira Hora desta terça-feira (16), o urologista Rafael Fraga conversou com a Rádio Acústica FM sobre a Doença de Perony. O médico compartilhou informações sobre quais são os principais fatores de desenvolvimento dessa enfermidade e quais são os tipos de tratamentos disponíveis.
Na entrevista, o especialista explica que dentre todas as enfermidades que podem ser desenvolvidas na região peniana, a Doença de Perony atinge cerca de 9% dos homens após os 50 anos de idade. Causando curvatura, dor e dificuldade para ter relações sexuais, o primeiro registro dessa doença veio no século 18, quando um médico francês registrou, aproximadamente, cinco pacientes se queixando da curvatura do pênis ao estar ereto e de dores ao terem relações íntimas.
De acordo com o Dr. Fraga, a maioria dos diagnósticos são realizados na maturidade e, a principal causa desta doença pode “microtraumatismos” após a atividade sexual. Esses traumatismos penianos, segundo o urologista, são muito comuns e geralmente resultam em uma pequena dor no pênis. Porém, alguns homens possuem uma pré-disposição genética – outro grande fator para o desenvolvimento da Doença de Perony – para terem esses traumatismos de forma mais recorrente, gerando calcificações que vão aumentando com o tempo, podendo chegar ao ponto do órgão começar a entortar para o lado onde a fibrose está mais presente.
Para encontrar o melhor tipo de tratamento, o paciente irá realizar uma ecografia para poder identificar as placas de calcificação e, também, identificar o grau de tortuosidade do órgão genital. Após os resultados e uma análise da gravidade do caso, o médico responsável poderá indicar um tratamento com medicamentos ou uma cirurgia de realinhamento do pênis.
O Dr. Fraga alerta que há duas possibilidades de procedimentos cirúrgicos para reverter a Doença de Perony, que são: ‘Aplicat de Nesbit’ e transplante de túnica albugínea. Na primeira intervenção é, o lado oposto do pênis está curvado é encurtado, resultando na ereção habitual. Contudo, o especialista ressalta que, este procedimento pode causar uma diminuição no tamanho do órgão em torno de 1,5 a 2 cm.
Por fim, o urologista explica que, a segunda opção, é realizada apenas quando a Aplicat de Nesbit não é eficaz. Assim, nesta cirurgia, é feita a remoção da túnica albugínea – cama externa da genitália – da parte inferior do pênis e colocada sobre a placa de calcificação, ajudando a esticá-la e resultando em uma ereção sem curvatura.
