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Confiante, Grêmio aguarda definição da Conmebol neste sábado

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O resultado do pedido do Grêmio junto ao Tribunal de Disciplina da Conmebol para reverter a eliminação na Libertadores para o River Plate será anunciado somente neste sábado, ao meio-dia. Na sexta-feira, o clube gaúcho enviou força-tarefa ao Paraguai para defender a tese de que o time argentino deveria perder os pontos do jogo de volta da semifinal, na Arena, pela participação irregular do técnico Marcelo Gallardo, que estava suspenso, e não poderia ter dado instruções via rádio ao auxiliar e ir ao vestiário orientar seus jogadores. Assim, ainda não está confirmada a final com Boca Juniors e River Plate, que teria a partida de ida no próximo sábado, dia 10, na Bombonera, e decisão no dia 24, em outro sábado, no Monumental de Núñez.

A direção do Grêmio, através do diretor jurídico Nestor Hein, interpreta que a demora no anúncio da decisão pode sinalizar que o clube gaúcho colocou o Tribunal em dúvida.

— Para dizer não, seria mais rápido. Vamos dormir apreensivos. Se nós estamos assim, imagina os argentinos — comentou Hein.

O dia começou cedo para a comitiva gremista que foi a Luque. Ainda na quinta-feira, a logística teve de ser alterada às pressas pelo clube por conta da antecipação do julgamento, inicialmente marcado para começar no sábado. Por volta das 7h, o CEO Carlos Amodeo, junto a Hein, Leonardo Lamachia e mais quatro advogados, embarcaram no aeroporto Salgado Filho, na Capital, em avião cedido pelo empresário Celso Rigo, e rumaram ao Paraguai.

A audiência que julgou o caso no Tribunal de Disciplina teve início às 11h. Na sessão, os representantes do time gaúcho fizeram sustentação oral do pedido de reversão dos pontos da partida de volta contra o River Plate aos juristas Eduardo Gross Brown, do Paraguai, Amarilis Belisario, da Venezuela, e Cristóbal Valdés, do Chile.

A argumentação apresentada pelo jurídico do Grêmio mostrou imagens do canal SporTV que comprovavam a comunicação de Gallardo, via rádio, com o auxiliar Hernán Buján, que comandava a equipe à beira do gramado, algo proibido por conta de sua suspensão. Os advogados também exibiram vídeos do circuito interno da Arena com o trajeto do treinador do River ao deixar a cabine e depois ingressar no vestiário de sua equipe durante o intervalo, outra conduta não permitida pela punição. Além disso, a entrevista do próprio Gallardo após o jogo, admitindo a indisciplina, e a do atacante Lucas Pratto, citando a importância da interferência do treinador para a classificação à final, também foram mostrados como provas de “afronta” à Conmebol.

— Pude perceber o grande interesse deles (julgadores), as anotações que fizeram. Temos certeza de que fizemos o que estava ao nosso alcance — disse Hein em entrevista à Rádio Gaúcha.

Os advogados do River Plate basearam a defesa com argumentos que minimizavam os atos de Gallardo. Por outro lado, o Grêmio tentava comprovar que o clube argentino patrocinou a conduta irregular do treinador, fornecendo rádios para comunicação com o auxiliar e seguranças que fizeram sua escolta até o vestiário.

— A defesa do River é longa, tem 30 folhas e tenta descaracterizar a gravidade do fato. Eles dizem que o fato de o Gallardo ter se comunicado durante toda a partida e ter determinado a substituição do jogador que fez o gol (Pity Martínez) não é grave — conta Lamachia.

Quase ao mesmo tempo em que ocorria a audiência do Tribunal de Disciplina em Luque, o técnico do River Plate concedeu entrevista em Buenos Aires. E disse que sua conduta na Arena, ao infringir o regulamento disciplinar da Libertadores, não tinha sido planejada de antemão.

— O que eu disse na terça-feira, depois da partida, foi mais emocional do que desafiante. Não foi contra a Conmebol. Parece-me injusta a sanção (contra o River), agi de maneira impulsiva. Isso foi o que senti e refleti nestes dias. Quando alguém age pelo coração, às vezes perde a razão — disse Gallardo, antes de completar:

— Eu não tinha decidido ir ao vestiário, foi algo impulsivo e sanguíneo. Tem que se viver o momento para saber o que se sente, não fui desafiador. Estávamos perdendo por 2 a 0 (no agregado) e senti que tinha de estar com meu grupo. Não posso me arrepender de algo que fiz emocionalmente.

Na tarde de sexta-feira, ainda sem a definição sobre o pleito do Grêmio, a Conmebol confirmou o chileno Roberto Tobar como árbitro da partida de ida da decisão, que ocorrerá na Bombonera. Também na sexta, o presidente da Argentina, Maurício Macri, anunciou que, se definida, a “Superfinal” entre Boca Juniors e River Plate teria 4 mil torcedores visitantes nos dois jogos.