A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, nesta manhã (19) deflagrou a Operação Riciclaggio. O objetivo da ação, que tem o apoio da Brigada Militar, é investigar grupo criminoso suspeito de lavar dinheiro de organização criminosa situada na zona sul de Porto Alegre, sendo uma das possíveis responsáveis por conflitos recentes que resultaram em homicídios na Capital.
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Foram cumpridas 125 ordens judiciais nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas, Alvorada e Guaíba. Até o momento, três pessoas foram presas. Armas de fogo, incluindo dois fuzis, foram apreendidas, além de dinheiro.
Além de Guaíba, outros quatro municípios receberam a operação
Dentre as ordens judiciais, estão mandados de busca e apreensão, apreensões de veículos, sequestro de um imóvel, além de bloqueios de contas bancárias, indisponibilidades de bens imóveis e afastamentos de sigilo e bancário fiscal de 15 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas.
Segundo o delegado Marcus Viafore, na investigação apurou-se que dois irmãos envolvidos com o tráfico de drogas, e um deles com um delito de homicídio, estavam adquirindo diversos automóveis em nomes de laranjas e um imóvel. Ainda, este último, teria sido adquirido por meio de uma empresa de reciclagem, a qual teria efetuado os pagamentos ao vendedor do bem.
Ainda, há outras pessoas jurídicas investigadas usadas supostamente para branquear o capital.
“Cabe salientar que não há renda aparentemente lícita por parte dos investigados que justificasse o aumento patrimonial. Apenas para citar como exemplo, um dos investigados, o líder do grupo, estava preso pelo período de 9 anos, tendo obtido a liberdade no ano de 2020”, explica Viafore.
De acordo com dados preliminares, as medidas judiciais executadas hoje já congelaram o total de um milhão e cem mil reais. São investigadas movimentações financeiras suspeitas, ocorridas entre dezembro de 2021 até 2024, no montante aproximado de nove milhões e duzentos mil reais.
Conforme o Diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Delegado Mario Souza, a repressão ao crime de lavagem de dinheiro visa enfraquecer o poderio financeiro da organizações criminosas, justamente para evitar que essas usem o dinheiro ilícito para financiar a prática de homicídios.