Após apresentar um desempenho ruim no passado, Camaquã melhorou a nota do índice Municipal da Educação do Rio Grande do Sul. O município obteve média de 62,08 em uma escala de 0 a 100, ficando próximo da média estadual.
Em 2022, a cidade registrou 48,9, e agora salta da 394º lugar para 301ª posição no ranking. Segundo os dados apresentados pelo governo do estado nesta terça-feira (19), a metade sul que era a região que mais preocupava o Piratini na medição anterior, teve evolução no desempenho. No entanto, o governador em exercício do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, entende que o Executivo estadual precisa analisar o resultado de cada município de forma individual
“O Imers mostra também a metade sul com uma evolução maior do que a metade norte, mas acredito que a gente tem que olhar a realidade de cada uma das cidades. Nós temos programas de apoio como por exemplo o Alfabetiza Tchê , que busca aprimorar a prática de alfabetização das crianças de acordo com a sua idade e série”, destacou.
O índice tem como base a avaliação das habilidades em Português e Matemática dos alunos do 2º ano (etapa de Alfabetização), 5º ano (etapa dos Anos Iniciais) e 9º ano (etapa dos Anos Finais) do Ensino Fundamental, e leva em consideração também a taxa de aprovação dos estudantes.
No seu segundo ano de avaliação pelo governo estadual, o Índice Municipal da Educação do Rio Grande do Sul (Imers) apresentou avanço na média de todos os municípios do Estado em 2023. O marcador atingiu 63,44 no ano passado, enquanto em 2022 foi de 59,79. O município de São Valentim alcançou o melhor resultado do Estado (90,74), seguido de Itati (86,04) e Montauri (85,36)
O indicador influencia ainda o rateio de parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) distribuído aos municípios. Apesar dos números positivos, os municípios mais populosos, em geral, não apresentaram bom desempenho. Dos 10 maiores, nenhum ficou acima da média de todos municípios (63,44), e obtiveram IMERS acima de 60 apenas Novo Hamburgo (62,30), Viamão (61,30) e Caxias do Sul (60,07); A Capital, Porto Alegre, recebeu o 9º menor IMERS do Estado, com 40,60, ocupando a posição 489º.
A secretária-adjunta da Educação do Rio Grande do Sul, Stefanie Eskereski, destaca que a Capital precisa reverter a pouca adesão à prova
“Porto Alegre tem a questão do tamanho da rede. A Capital tem uma proporção que não é tão grande para os anos finais do ensino fundamental. Para os anos iniciais, o foco tem sido bastante a educação infantil. E temos o fator da falta de participação que foi significativa. A gente não consegue entender qual é o motivo, mas tem apenas hipóteses. Entendemos que essa presença precisa ser incentivada para que consigamos ter o resultado real de cada um dos estudantes”, sublinhou.
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Prova Saers 2024
A partir de 25 de novembro, a Seduc começa a aplicação do Saers 2024 em todos os 497 municípios do Estado. A previsão é de que as provas sejam aplicadas a cerca de 409 mil estudantes, com foco na proficiência em Língua Portuguesa e Matemática.
Embora essas sejam as disciplinas principais, o exame busca avaliar capacidades mais amplas, como a habilidade de leitura e o raciocínio lógico-matemático, de modo a verificar se os estudantes estão desenvolvendo as competências esperadas para a idade escolar.
Além dos testes cognitivos, há questionários contextuais voltados para estudantes, professores e equipes diretivas das escolas participantes. Esses questionários fornecem uma visão contextual dos resultados, cruzando informações sobre as condições de sala de aula, o trabalho dos docentes e o ambiente socioeconômico dos alunos – o que oferece uma análise mais completa do desempenho escolar.
Para os alunos do 3º ano do Ensino Médio e que integram o Todo Jovem na Escola, a participação no Saers assegura o recebimento do prêmio engajamento pago pelo programa, uma bolsa no valor de R$ 150. Com o Todo Jovem na Escola, o governo oferece incentivos financeiros a estudantes de baixa renda do Ensino Médio da rede pública estadual. O objetivo é estimular a permanência na escola e a conclusão do Ensino Médio.
Como os recursos são distribuídos?
O bolo do ICMS é dividido em 75% do imposto repassado ao governo estadual e 25% às prefeituras. A partir deste ano, o desempenho em educação passa a compor os índices de distribuição da arrecadação aos municípios, representando uma parcela de 11,4%, que será ampliada progressivamente.
Cerca de R$ 1 bilhão em recursos serão distribuídos aos municípios em 2025 por meio da Participação no Rateio da Cota-parte da Educação (PRE), que leva em consideração a nota do Imers, o porte populacional do município, o número matrículas e a quantidade de alunos em situação de vulnerabilidade,