O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira, 17 de dezembro, que a recente disparada do dólar, que ultrapassou a cotação de R$ 6, e a percepção dos agentes econômicos sobre o novo pacote fiscal foram fatores determinantes para o aumento da taxa de juros. Essa análise está registrada na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa básica de juros.
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Na reunião realizada na semana passada, o Copom decidiu elevar a taxa Selic pela terceira vez consecutiva, agora fixada em 12,25% ao ano, com um aumento de um ponto percentual. O Banco Central também sinalizou a possibilidade de dois novos aumentos da mesma magnitude no início de 2025, caracterizando um choque de juros na economia.
O BC destacou que o repasse do câmbio para os preços tende a aumentar em situações de demanda mais forte, expectativas de inflação desancoradas e movimentos cambiais persistentes. Diante disso, o Comitê deve monitorar de perto como a taxa de câmbio e as condições financeiras influenciam os preços e a atividade econômica.
Banco Central adotou nova postura sobre o dólar
Na segunda-feira, 16 de dezembro, o Banco Central adotou uma postura mais ativa e interveio duas vezes no mercado para conter a alta da taxa de câmbio. Foram realizadas vendas de dólares no mercado à vista, totalizando US$ 1,6 bilhão, além de um leilão de linha de US$ 3 bilhões, que é um tipo de empréstimo em dólares. Apesar dessas ações, a taxa de câmbio fechou em R$ 6,09, estabelecendo um novo recorde.
Em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo, que gerou tensões no mercado financeiro, o BC observou que a percepção dos agentes econômicos impactou significativamente os preços de ativos, incluindo o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.
