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Emater criará 135 unidades de produção agroecológica no RS

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A Emater/RS-Ascar assinou, nesta segunda-feira (17), termo de cooperação para a implantação de unidades de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais) em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), e as fundações Banco do Brasil (FBB) e de Educação para o Associativismo (FEA). Pelo acordo, serão criadas 135 unidades em propriedade rurais localizadas nas regiões mais pobres do Estado.

O valor total do projeto é de R$ 1,25 milhão, com apoio financeiro da FBB. A Emater/RS-Ascar irá prestar assistência técnica na implantação do programa e a SDR irá definir os locais e as famílias beneficiadas, além da coordenação do Pais. À FEA caberá o repasse da tecnologia do programa por meio de capacitação de técnicos e produtores.

Participaram do ato de assinatura o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, o presidente e os diretores técnico e administrativo da Emater/RS, respectivamente, Lino De David, Gervásio Paulus e Silvana Dalmás, o presidente da FBB, Jorge Alfredo Streit, o diretor executivo da FEA, Rogério Dalló, o superintendente estadual do Banco do Brasil, Tarcísio Hübner, e o presidente da Ceasa, Paulino Olivo Donatti. 

Segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul possui atualmente mais de 300 mil pessoas em condição de extrema pobreza, sendo 108 mil somente no meio rural. “O Programa de Inclusão Produtiva atende seis mil famílias, o que representa, aproximadamente, 20% do total. Mas 80% delas são invisíveis e não temos condições de alcançá-las. Queremos tornar essas pessoas visíveis e o nosso desafio é trazê-las para a sociedade”, destacou o titular da SDR, Ivar Pavan. Para o secretário, o Pais será mais um passo para a inclusão social de mais famílias nesse projeto. “Muito além dos recursos financeiros, a família passará a existir e essa motivação é tão importante quanto os lucros”, afirmou.  

Para o presidente da Emater/RS, Lino De David, essa parceria permite o desenvolvimento de uma tecnologia social que faz a inclusão social das famílias para que, assim, possam efetivamente produzir e colocar o seu produto no mercado, seja no tradicional ou nas políticas de comercialização. “Essa é uma estratégia para consolidar essa tecnologia, que pode ser massificada para milhares de agricultores. É a primeira etapa para a instalação das 135 Pais, que se tornarão referência”, disse.  

O projeto de produção desenvolve uma proposta tecnológica baseada nos princípios da agroecologia e trabalha os aspectos da organização, da comercialização da produção de alimentos, em um primeiro momento para subsistência, e, em uma segunda etapa, para a comercialização, integrando as diferentes políticas públicas existentes. “É uma experiência tecnológica, mas também metodologicamente inovadora para trabalhar os princípios agroecológicos de produção, especialmente de hortigranjeiros. Ele é integrado do ponto de vista do sistema de produção”, avaliou o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus. 

Sistema Pais 
Trata-se de uma tecnologia idealizada, em 1999, pelo engenheiro agrônomo senegalês Aly Ndiaye, e adotada por aproximadamente sete mil famílias de pequenos agricultores de 19 Estados brasileiros. É uma tecnologia disseminada pela FBB, que tem como objetivo principal a segurança alimentar, buscando o desenvolvimento sustentável.

Em uma pequena área, o agricultor pode diversificar a produção integrando horta, pomar e avicultura, tendo como resultado a sustentabilidade econômica e ecológica da propriedade. No sistema, são adotadas técnicas específicas de otimização de recursos naturais e socioeconômicos, respeitando a integridade cultural das comunidades rurais. O sistema proporciona à família condições de produzir seu sustento e independência de insumos externos à propriedade.