Em entrevista à Rádio Acústica FM, Matheus Hampel, presidente da Associação Cannábica Medicinal (ASCAMED), desmistificou o uso terapêutico do canabidiol (CBD) e detalhou o trabalho da organização em facilitar o acesso ao tratamento para diversas doenças. A conversa abordou desde a legislação brasileira e a resistência médica, até a experiência pessoal de Hampel com dor crônica e a fundação da ASCAMED.
Hampel explicou que a ASCAMED é uma associação sem fins lucrativos, criada para fornecer óleo de cannabis a custo de produção para seus associados. A iniciativa surgiu da própria dificuldade de Hampel em custear seu tratamento para uma rara condição genética, após descobrir os benefícios da cannabis medicinal durante uma viagem ao México.
Uso da Cannabis ainda enfrenta desafios no Brasil
A entrevista esclareceu a diferença entre os termos “canabidiol” (um composto da planta), “cannabis” (termo científico) e “maconha” (termo com conotação negativa). Hampel também relatou os desafios enfrentados no Brasil, como a negativa do Estado em custear seu tratamento e a obtenção de um salvo-conduto para o autocultivo.
Um dos pontos altos da conversa foi a explicação sobre a qualidade do produto oferecido pela ASCAMED. Enquanto a legislação brasileira favorece a importação de CBD isolado, a associação produz óleo “full spectrum”, que contém todos os compostos da planta, potencializando os efeitos terapêuticos. A qualidade é garantida por um farmacêutico e por análises em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A ASCAMED, que já conta com mais de 900 associados, oferece acolhimento, indica médicos prescritores e entrega o óleo em todo o Brasil. Interessados podem entrar em contato pelo WhatsApp (DDD 55 9 9669 5099) ou pelo site asamed.org.
Hampel reconheceu a resistência de parte da classe médica, influenciada pela indústria farmacêutica, mas destacou o crescente movimento de médicos que defendem o uso terapêutico da cannabis. Ele enfatizou a importância do diálogo aberto sobre o tema e encorajou os pacientes a conversarem com seus médicos sobre essa opção de tratamento, que tem se mostrado eficaz para condições como dor crônica, epilepsia, autismo, depressão, glaucoma e efeitos colaterais da quimioterapia.
Assista como foi a entrevista: