Em uma assembleia geral extraordinária realizada na última sexta-feira (07), os médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul tomaram uma decisão unânime: a paralisação dos atendimentos eletivos a partir desta segunda-feira, 10 de março. A medida drástica é uma resposta à persistente inadimplência da instituição no pagamento dos honorários médicos, um problema que se arrasta há anos e tem sido acompanhado de perto pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
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A situação chegou a um ponto crítico, levando a categoria a estabelecer um prazo de 15 dias para que a Santa Casa quite integralmente os valores devidos. O pedido de rescisão dos contratos foi formalmente encaminhado nesta segunda-feira, 10 de março, e, caso o pagamento não seja realizado até o dia 25 de março, a Santa Casa deverá considerar os contratos dos médicos rescindidos, isentando-os de qualquer responsabilidade com as escalas médicas. Além disso, o grupo de médicos rejeitou categoricamente qualquer proposta de novo parcelamento dos honorários atrasados, demonstrando a insatisfação com a falta de soluções efetivas.
A decisão foi tomada após um intenso debate sobre a audiência pública realizada na Câmara de Vereadores na última quarta-feira (05). Na ocasião, representantes da Santa Casa forneceram informações que, segundo os médicos, não refletem a verdadeira situação financeira da instituição. Durante a assembleia, também foi ressaltada a dificuldade de diálogo com a atual gestão da Santa Casa, o que tem contribuído para o agravamento da crise.
Diante do impasse, o Simers se comprometeu a prestar total suporte à categoria, encaminhando um ofício em nome dos médicos para formalizar a rescisão dos contratos, caso a situação não seja resolvida dentro do prazo estipulado. Os profissionais foram orientados a enviar notificações individuais à direção da Santa Casa, garantindo a formalização da decisão e resguardando seus direitos. A paralisação dos atendimentos eletivos representa um duro golpe para a população de São Lourenço do Sul, que poderá ter o acesso a serviços de saúde prejudicado. A expectativa é que a Santa Casa e os médicos encontrem uma solução para o impasse o mais breve possível, evitando maiores prejuízos para a comunidade.