Uma mulher foi presa preventivamente suspeita de matar o adolescente Rian Ferreira Gonçalves, de 15 anos. Ele estava desaparecido desde o mês de novembro e seu corpo foi encontrado no último dia seis. A vítima já tinha sofrido outra tentativa de homicídio, em julho do ano passado, que acabou resultando na morte de Kemily Rosa Farias, de cinco anos.
A prisão de J. S. S., 51, aconteceu na tarde de quinta-feira (27) e foi efetuada por agentes Polícia Civil. A investigação ficou a cargo da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), comandada pelo delegado substituto Gustavo Pereira. Outros dois suspeitos, D. R. S. P., de 36 anos, e T. S. B., de 20, estão foragidos. Eles são, respectivamente, filho e sobrinho da presa.
A autora do crime tinha passagens pela polícia por ameaça, lesão corporal, receptação e crime contra a flora, mas nunca havia sido presa. O seu filho já tinha cumprido pena e tem histórico de ameaça e vias de fato. Os policiais esperam prender os outros dois suspeitos nos próximos dias.
Desaparecido
A mãe de Rian Gonçalves registrou o desaparecimento do filho na DPCA no dia 23 de novembro. No boletim de ocorrência ela ressaltou que o jovem já havia recebido ameaças de morte. Ele era usuário de drogas e cometia furtos para sustentar o vício. Além disso, tinha diversas passagens pela polícia por tráfico de entorpecentes e ameaça. Por esses motivos, segundo sua mãe, ele tinha desavenças com muitas pessoas.
Segundo o delegado Gustavo Pereira, o adolescente foi morto em 13 de novembro com oito tiros. J. S. S., o filho e o sobrinho teriam levado a vítima de barco até as margens do arroio Fragata. Depois, tiraram o jovem da embarcação e efetuaram os disparos. As características do crime configuram execução. O corpo foi lançado no arroio e encontrado pela polícia no último dia seis, em estágio avançado de decomposição. O delegado destaca que o corpo estava em local de difícil acesso e foi necessária uma lancha para chegar até lá. “Foi um trabalho excelente da equipe de investigação”, frisa.
Histórico
A suspeita da polícia é de que Rian tenha sido morto porque havia cometido diversos furtos na casa de J. S. S. A ligação do jovem com drogas é outro fator que pode ter motivado o crime.
O adolescente já tinha sofrido uma tentativa de homicídio em 24 de julho do ano passado, no loteamento Ceval, quando tinha 13 anos. Ele trocava tiros com o primo E. P. V., à época com 21 anos. Naquele momento, o maior de idade foi encaminhado ao Presídio Regional de Pelotas e Rian foi apreendido. Com a dupla, a Brigada Militar encontrou ainda munições calibre .38, maconha e uma balança de precisão.
O caso gerou grande repercussão na cidade porque acabou vitimando Kemily Rosa Farias, de cinco anos. A menina brincava no pátio de casa quando foi atingida por um tiro, provavelmente disparado por E. P. V. Ele negou a autoria do disparo.
