Nesta segunda-feira (14), o diretor da Carneiro Sul, João Bernardo da Silva Filho, concedeu uma entrevista à Rádio Acústico FM, onde abordou a crescente importância da ovinocultura no Rio Grande do Sul. Durante a conversa, o empresário destacou não apenas a expansão da produção de carne ovina, mas também as transformações que o setor tem enfrentado nos últimos anos.
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João Bernardo iniciou a entrevista ressaltando a capilaridade da ovinocultura no estado, que abrange 496 municípios e apresenta uma média de 69 animais por propriedade. Ele comentou sobre a mudança no perfil dos produtores, que, diante da queda nos preços da lã, têm se voltado cada vez mais para a produção de carne, um segmento que vem apresentando crescimento constante:
“Antigamente, os produtores eram muito maiores, impulsionados pela lã. Com o enfraquecimento do mercado, houve uma pulverização da produção, permitindo que pequenos e médios produtores entrassem no mercado com foco na carne”, explicou.
A entrevista também abordou o potencial da lã fina, que ainda mantém um mercado, mas com uma perspectiva de nicho. João destacou que a ovinocultura deve se concentrar em raças voltadas para a carne, como o Corredal e o Texel, uma vez que a produção de lã mais grossa enfrenta dificuldades.
Um dos pontos altos da conversa foi a estratégia da Carneiro Sul em diversificar seus produtos. João mencionou que, em 2018, 70% das vendas eram de carcaça inteira, enquanto 30% eram de cortes. Desde então, a empresa tem investido na criação de novos cortes e na apresentação dos produtos, facilitando o acesso do consumidor a opções menores e mais práticas:
“Hoje, uma família pode comprar uma picanha de cordeiro e prepará-la em um almoço, algo que antes era impensável devido ao tamanho das porções”, afirmou João, ressaltando a importância de adaptar a oferta às novas dinâmicas familiares e de consumo.
Ele também falou sobre a expansão da Carneiro Sul, que atualmente abate cerca de 4.000 ovinos por mês, com uma projeção de 60.000 para o ano. A empresa tem buscado parcerias com produtores da fronteira oeste e da zona sul do estado, reforçando a ideia de construir um núcleo de trabalho que una a ovinocultura e a vinicultura.
“Estamos semeando o consumo da carne ovina, levando produtos do Rio Grande do Sul até São Paulo e outras grandes cidades, sempre com foco na qualidade e na apresentação”, concluiu João, enfatizando a responsabilidade da indústria em garantir que o trabalho do produtor rural seja valorizado e reconhecido.
A entrevista de João Bernardo não apenas trouxe à tona os desafios enfrentados pela ovinocultura, mas também as oportunidades que surgem com a adaptação às novas demandas do mercado. A Carneiro Sul se posiciona como uma ponte entre o campo e a cidade, promovendo o desenvolvimento sustentável e a geração de renda para os pequenos e médios produtores do estado.