Na última quarta-feira (11), representantes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) reuniram-se em Brasília com autoridades do governo federal para discutir medidas emergenciais de apoio ao setor produtivo de arroz. O encontro ocorreu em um momento de forte desvalorização do produto e dificuldades de mercado, que ameaçam a sustentabilidade da atividade no estado. Participaram do encontro o presidente da entidade, Alexandre Velho, o presidente eleito, Denis Dias Nunes, além de representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério da Fazenda.

Contexto da crise e principais reivindicações do setor arrozeiro
Segundo Velho, o setor vive uma situação considerada insustentável. Os preços do arroz estão em níveis muito baixos, e há uma grave falta de liquidez no mercado, dificultando a manutenção da produção. “Deixamos claro que a situação está insustentável. Além dos preços estarem muito baixos, o mercado enfrenta uma grave falta de liquidez. Precisamos com urgência de alguma medida de apoio aos produtores”, afirmou o presidente da Federarroz.
Durante a reunião, foram discutidas ações de curto prazo para 2025, incluindo o uso de contratos de opção, uma ferramenta que permite compras com flexibilidade de até 20% acima do preço mínimo. Além disso, foram abordadas possíveis medidas no próximo Plano Safra, com foco no ciclo produtivo seguinte.
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Posição do setor sobre o preço mínimo e perspectivas futuras
A Federarroz reforçou sua posição contrária à compra de arroz pelo preço mínimo vigente, atualmente fixado em R$ 63 por saca. Os dirigentes argumentaram que esse valor não cobre os custos reais de produção e alertaram que, se os preços permanecerem nesse patamar, haverá uma redução significativa na área plantada, o que prejudicaria o setor e não seria do interesse do governo. “Esse valor de forma alguma representa uma faixa de preço que sustente os custos reais da lavoura de arroz. O setor produtivo foi enfático: se os preços permanecerem neste patamar, haverá uma drástica diminuição na área plantada, o que certamente não interessa ao governo”, destacou Velho.
O presidente da Federarroz também manifestou preocupação com a ausência de medidas imediatas por parte do governo. “Saio da reunião preocupado e espero sinceramente que o governo tenha compreendido a gravidade do momento”, afirmou.
Ações complementares e diálogo com instituições financeiras
Além do encontro em Brasília, a Federarroz realizou uma reunião em Porto Alegre com representantes de instituições financeiras, como Banco do Brasil e Sicredi. O objetivo foi discutir estratégias para o escalonamento das dívidas de custeio, uma medida que visa reduzir a pressão de venda de arroz nos meses de junho e julho, ajudando a estabilizar o mercado e evitar perdas ainda maiores para os produtores.
Perspectivas e desafios do setor de arroz
A crise no setor de arroz no Rio Grande do Sul evidencia a necessidade de ações coordenadas entre o governo, instituições financeiras e produtores para evitar o colapso da atividade. A expectativa é que as propostas discutidas possam ser implementadas em breve, garantindo maior estabilidade ao mercado e a sobrevivência dos produtores rurais.