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Polícia Civil recupera cerca de R$5 milhões de reais em bens no RS

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Após cinco meses de investigação foi deflagrado na manhã desta sexta-feira (28) a operação Borgata visando desarticular uma rede de lavagem de dinheiro de importante facção sediada no Estado/Vale dos Sinos. Está sendo recuperado aproximadamente entre R$ 4,5 a 5 milhões de reais em bens.

A ação contou com 175 policiais civis, em cumprimento a 87 ordens judiciais de: 23 mandados de busca e apreensão, sequestro de cinco imóveis de luxo em Novo Hamburgo, Campo Bom e Lajeado.

Foi realizado o bloqueio de sete contas bancárias, cinco prisões temporárias, 47 quebras de sigilo bancário, fiscal e financeiro, apreensão de dinheiro, celulares e documentos. Foram efetuadas buscas nas Cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom e Porto Alegre.

A ação da Polícia Civil ocorreu através da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro, DRLD DENARC, coordenada pelo Delegado Adriano Nonnenmacher. O nome da Operação é uma alusão “à família”, em códigos da Máfia.

A investigação descobriu que líderes desta facção, atuantes no primeiro escalão/comando, como M.F., 31 anos, indivíduo recolhido à PASC, de alta periculosidade, com antecedentes criminais por tráfico de drogas, associação para o tráfico, latrocínio, roubos, homicídios, associação criminosa, organização criminosa e porte de armas, utiliza uma rede de laranjas para realizar a ocultação de bens adquiridos com dinheiro proveito do tráfico internacional de drogas e sua distribuição interna no Estado do Rio Grande do Sul.

M.F., também líder regional da facção na Cidade de Campo Bom e Cidades do Vale do Paranhana e Serra Gaúcha, é responsável, dentro desta organização criminosa, pelas operações logísticas de entrada de drogas e armas no Estado, como cocaína, crack e fuzis, bem como ordena e executava homicídios nestas regiões.

M.F. possui condenações criminais que ultrapassam a 70 anos de prisão, com 13 indiciamentos por homicídios nos últimos anos, além do tráfico de drogas.

Segundo as investigações, M.F, é associado a outro líder de primeiro escalão desta facção, situado no Vale do Taquari e Rio Pardo, A.M.B.C, 36 anos, atualmente recolhido na Penitenciária Federal de Mossoró/RN, com as mesmas funções de M.F.

A.M.B.C., também de alta periculosidade, possui antecedentes por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, associação criminosa, roubos e latrocínio, com condenações que ultrapassam a 56 anos de pena.

Ambos, associados e valendo-se de complexa rede de lavagem de capitais, utilizando como laranjas não só familiares e comparsas, mas também amigos até sem antecedentes policiais, adquiriram bens de alto padrão ao longo dos últimos anos, obtidos com o dinheiro da distribuição interna de drogas para todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Outrossim, realizaram estas ações ilícitas dissimulando negócios jurídicos, como contratos fraudulentos e realizando transferências de veículos e bens imóveis entre si, bem como possuindo pequenas empresas a fim de gerar aparência de ganhos lícitos e movimentando grande quantidade de dinheiro em espécie, como bem atestou a investigação.

Também operam diretamente nos jogos de azar, além de realizarem extorsões de contraventores e comerciantes em certas regiões, em atividade típica de milícias, e contrabando de cigarros.

Estas lideranças realizaram a maior parte das operações logísticas de entrada de cocaína no Estado na última década, a serviço desta facção sediada no vale dos sinos, sendo estimado que por ano toneladas entraram no Estado através desta organização criminosa, comprovada nas investigações e pelas apreensões realizadas pelas forças de segurança pública no período.

Rotas de cocaína trazidas de outros países foram confirmadas nas investigações, via área, entrando pelo Estado do Amazonas, bem como pelo Paraguai, mediante vínculos com outra grande facção do Brasil.

Segundo o Delegado Adriano Nonnenmacher, titular da DRLD DENARC, foi realizada uma investigação célere nesta complexa rede de lavagem de dinheiro, tendo em vista as movimentações mensais de capital espúrio na casa de milhões de reais entre as células estaduais desta organização criminosa, além de serem os principais fornecedores de drogas para o Estado nas últimas décadas.

O Delegado Vladimir Urach, Diretor Geral do DENARC, refere que a organização movimenta por semana cerca de R$ 500.000,00 (Quinhentos mil reais), além da conexão de rotas de drogas trazidas do Paraguai e Amazonas (Colômbia e Peru), devidamente comprovadas na investigação, sendo a Operação realizada hoje um importante passo no combate à lavagem de dinheiro do narcotráfico realizado pela Polícia Civil gaúcha.