O vice-presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, participou na segunda-feira (08), por videoconferência, da primeira reunião da recém-criada Câmara Temática da Irrigação, do Rio Grande do Sul. No encontro, o secretário da Agricultura, Covatti Filho, apresentou os objetivos e como se dará os trâmites das solicitações do setor produtivo dentro da Câmara.
Com maior ou menor gravidade, as estiagens são ocorrências costumeiras no verão do Rio Grande do Sul. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) estima que, por falta de um incentivo efetivo para a disseminação da irrigação, as estiagens trouxeram grandes perdas, que poderiam ser evitadas ou minimizadas. “Nos últimos 35 anos, foram perdidos cerca de 75 milhões de toneladas de grãos devido a estiagens, o que representa mais de R$ 100 bilhões em valores atualizados”, destacou Covatti Filho.
Os três maiores gargalos diagnosticados pela Seapdr na área da irrigação são os trâmites burocráticos para conseguir as licenças ambientais, deficiências no fornecimento de energia elétrica e falta de linhas de crédito atrativas para novos projetos. “Temos apenas 2,9% de área irrigada no plantio de sequeiros – soja, milho, trigo e feijão – enquanto o estado de São Paulo chega a 34%. Em números de decretos de emergência, o Rio Grande do Sul fica à frente até de estados da região Nordeste, como Piauí”, exemplifica o diretor do departamento de Políticas Agrícolas da Seapdr, Ivan Bonetti.
Como encaminhamentos desta primeira reunião, o secretário Covatti Filho se comprometeu a agendar um encontro com o secretário do Meio Ambiente, Artur Lemos Júnior, para pensar uma forma de simplificar a emissão de licenças ambientais para projetos de irrigação. Outra reunião será marcada com as empresas fornecedoras de energia elétrica, para ver os gargalos deste setor.
O representante da Afubra na Câmara, Marco Antonio Dornelles, destaca a importância da implantação de uma Câmara Temática sobre irrigação e enfatiza “a necessidade de incentivar os produtores rurais as práticas de conservação do solo, como plantio direto e cultivo mínimo e outras, para aumentar a capacidade de armazenamento de água no solo”.
Participaram da reunião representantes dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional; secretarias estaduais de Meio Ambiente e Planejamento; comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa; Farsul, Famurs, Senar, Fecoagro, Federarroz, Aprosoja, Apromilho, Fetag, Emater/RS, Irga, Acergs, Afubra, Embrapa, RGE, Ceee, Banrisul, Brde, Sicredi, Badesul, Sindilat, Uergs e empresas de irrigação.
