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Vítima entrega cartões de crédito para motoboy e sofre prejuízo acima de R$11 mil

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Uma pessoa sofreu o prejuízo de R$11.098,96 durante um crime de estelionato. O caso ocorreu quando a vítima recebeu uma ligação de um suposto operador de um banco privado informando compras fraudulentas em dois cartões pessoais. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Camaquã.

Por telefone o golpista conduziu a vitima a “regularizar” a situação pedindo para que desligasse o aparelho e ligasse para o número que estava atrás do cartão, porém não percebeu que a primeira ligação não havia sido desligada e que ao invés de falar com os operadores reais do cartão, falava com um golpista.

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O criminoso enviou um motoboy para buscar os cartões na residência da vítima, que entregou os mesmos e acabou recebendo mensagens logo após a entrega, comunicando a realização de compras com os cartões. Em uma das marcas foi gasto a quantia de R$ 5.299,98 e no outro cartão mais três compras somando o valor de R$ 5.798,98.

De acordo com o boletim de ocorrência, o motoboy possui pele branca, sem barba, de 1,70 de altura e aparentemente com mais de 20 anos. Ele ainda possui cabelo preto e liso. Não há a numeração completa dos cartões, material impresso ou maiores detalhes do crime.

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Aumento de crimes de estelionato

Crimes de estelionato aumentaram 25% no Estado, se comparado os quatro primeiros meses de 2019 e de 2020 – foram 8,4 mil casos e 10,5 mil, respectivamente. Os números são da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) e revelam ainda que, na comparação de abril desses dois anos, o crescimento foi de 35,8%, sendo 2.142 golpes em 2019 e 2.910 golpes em 2020.

Grande parte desses casos envolve a clonagem de perfis do WhatsApp – o que acabou se tornando uma das principais demandas da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI) da Polícia Civil, que atua na investigação de delitos praticados pela Internet ou por meio de algum dispositivo informático. A delegacia, sediada junto ao Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic) em Porto Alegre, também enfrenta e investiga as repercussões desses “golpes” na vida das vítimas.

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Como se proteger?

“Costumo sempre dizer que na Internet precisamos desconfiar de tudo e de todos, principalmente, quando não sabemos com exatidão com quem conversamos. Então, compartilhar fotos ou informações íntimas tende a ser muito perigoso”, aconselha o delegado. A dica número 1 é: desconfie.

No caso dos falsos sites de leilão, atenção redobrada aos leiloeiros, os quais precisam ser cadastrados junto ao Poder Judiciário, e às contas para depósito, que em leilões oficiais nunca serão de pessoa física ou jurídica, mas judiciais. “Também esses falsos sites geralmente terminam em ‘.com’ ou ‘.br’, numa clara tentativa de imitar os sites autorizados pelo Judiciário, os quais terminam quase sempre em ‘.com.br’ ou ‘.lel.br'”.

Escape da clonagem

Sobre a clonagem de WhatsApp, o delegado recomenda que as pessoas não forneçam o código de segurança a terceiros, mas, caso aconteça, e a vítima não consiga mais acessar o perfil, deve informar a clonagem por e-mail ao WhatsApp e solicitar o bloqueio da conta.

Um mecanismo de segurança muito útil é a verificação em duas etapas – uma espécie de contrassenha que é solicitada pelo aplicativo para barrar tentativas de clonagem. Para ativá-la, abra o aplicativo, toque no menu de três pontos e acesse as “Configurações”. Em “Conta”, escolha “Verificação/Confirmação em duas etapas”, toque em “Ativar” e escolha uma senha com seis dígitos para a conta do WhatsApp. Em seguida, será necessário confirmar o seu PIN, infomar um endereço de e-mail válido (para caso esqueça seu código), tocar em “Avançar” e confirmar seu endereço de e-mail em “Salvar”.

No meio real

Muito embora os golpes de estelionato tenham se multiplicado Internet afora, o mundo real também reserva suas armadilhas. E entre as diversas existentes, talvez, ainda hoje, a que mais vitime as pessoas seja a do golpe do bilhete premiado.

Titular da 12ª Delegacia de Polícia da Capital, o delegado Wagner Dalcin, explica o modus operandi do criminoso – “ele leva a vítima a acreditar que ele (o criminoso) ganhou um prêmio numa loteria, mas que para o mesmo ser liberado é necessário um depósito em dinheiro e que se a vítima ajudá-lo com isso, parte do prêmio será dela”. Mas isso não acontece, e, geralmente, a vítima só percebe que foi ludibriada tarde demais.

Embora os golpes sejam muitos, uma característica geral os conecta – a sedução do estelionatário. “Ele é um verdadeiro ator, que se aproveita da boa-fé e da ingenuidade das pessoas”, analisa Dalcin, lembrando que não raramente as vítimas “saem atrás” de quem as prejudicou. “Agem como se fossem investigadores, tentam resolver a situação por conta própria e demoram parar ir à polícia”, revela. A orientação, segundo ele, é sempre procurar as autoridades e registrar boletim de ocorrência, seja para um eventual golpe do bilhete ou outro. “Só assim o delegado vai tomar conhecimento do fato e iniciar uma investigação”.

A complexidade do crime

Difícil de investigar, geralmente tem como prova apenas a palavra da vítima. “Um elemento muito parco para se levar ao promotor e juiz e render processo, condenação e prisão”, afirma. Também a legislação é bastante “branda” e, segundo Dalcin, reflete na atuação do Judiciário, pois se tratando de um delito cometido sem violência ou grave ameaça dificilmente se conseguirá uma prisão preventiva. “A não ser em casos excepcionais, quando se prova a reiterada prática criminosa como meio de vida daquele sujeito”, completa o delegado, reforçando aí a importância do registro da ocorrência policial pela vítima.