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Redução no número de ambulâncias afeta comunidade

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A crise financeira que do Rio Grande do Sul trouxe reflexos para o dia a dia do gaúcho. Em Camaquã, um dos principais setores afetados foi o da saúde. Segundo relatos de ouvintes, problemas como a demora no atendimento prestado pela Central de Ambulância de Camaquã é um dos principais no município. Nossa equipe de reportagem procurou pessoas envolvidas na área e levantou dados a respeito do órgão.

Durante 20 dias, nossa reportagem pode constatar alterações no setor, como diminuição na carga horária dos profissionais, número de veículos em atividade menor e o encerramento dos serviços prestados pelo SAMU Avançado.

Durante o período em que foi produzido o material, cerca de 20 pessoas foram ouvidas. Para preservar a identidade das fontes, utilizaremos o nome fictício de “SAÚDE”, pois segundo eles, temem retaliações. 

Quando questionado sobre os problemas que a Central de Ambulância vem enfrentando, saúde foi taxativo: “A Central sempre fez um ótimo serviço, e com o que vem acontecendo agora, estamos ficando desamparados. Pedimos socorro e simplesmente o que nos dizem é que não tem equipe para nos mandar”, afirma.

Saúde relatou que há muitos casos em que os funcionários recebem reclamações da comunidade por não haver equipes suficientes para o melhor atendimento e que em um caso, os técnicos e motoristas quase apanharam da população. Com a redução do efetivo, estão disponíveis para a comunidade, três ambulâncias municipais e uma SAMU básica. “Nós queremos esclarecer à comunidade, que devido a ordens expressas da Secretaria Municipal de Saúde, nós da central de ambulâncias estamos sendo coagidos. Nós nunca deixamos um defist deste acontecer. Antigamente tínhamos cinco equipes brancas, uma equipe para a SAMU básica e uma para a SAMU Avançada, porém, hoje estamos com três equipes brancas e uma para a SAMU básica. Quando há remoções ou os pacientes necessitam de transporte com maca para realizar exames em outros municípios, acabam saindo as três ambulâncias e Camaquã fica somente com uma SAMU básica.”

Um camaquense que utiliza o serviço de ambulâncias de Camaquã para realizar consultas em Porto Alegre, relatou a reportagem da Acústica FM, que em abril esperou por mais de nove horas por transporte após atendimento.

“Me buscaram em casa por volta das 5h e só foram me buscar em Porto Alegre por volta das 16h”, relatou. Dário Tavares, de 52 anos, sofreu um acidente de caminhão em 1991, em Curitiba e desde então é paraplégico e sofre com constantes dores na coluna.

Tavares ressaltou que é usuário do serviço de ambulâncias municipais por não poder ficar sentado durante muitas horas e nem viajar longos períodos na mesma posição. Segundo ele, há uma ordem judicial para que a ambulância leve-o e fique o esperando até o final da consulta devido a ordens médicas.

Ainda segundo Tavares, o problema não é com os técnicos e nem motoristas, mas sim com a chefia das ambulâncias, pois em uma ida a Porto Alegre para exame, ela mandou ele dar um jeito de ir embora logo, pois o lugar dos técnicos e das ambulâncias é no pátio da central.

“Quando eu preciso de um exame, ou de uma consulta, eu já volto com o retorno do hospital e marco com até seis meses de antecedência”, finalizou Dário.

Para saúde, devido ao corte do orçamentário, a Secretaria da Saúde fez a troca do quadro de funcionários de 12h por 36h, reduzindo assim, as equipes de plantão, a fim de cortar horas extras dos funcionários. Para saúde, a população é que perde com isto, pois devido à demora em conseguir uma consulta, elas acabam sendo desmarcadas pela falta de equipe para acompanhar.  

Quando questionada sobre a lei do concelho de enfermagem, que determina que esteja sempre presente um enfermeiro na central das ambulâncias durante 24h por dia, saúde disse que a Secretaria Municipal da Saúde está ciente sobre a lacuna que fica no sistema. “A enfermeira, que é a pessoa que faz a triagem, nós temos durante o dia, porém, a noite não tem ninguém”, finaliza saúde.