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Como é feita a Coronavac, primeira vacina contra covid-19 aplicada no Brasil

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A Coronavac é a vacina aplicada no Brasil contra o coronavírus. A vacina é produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e testada no pelo Instituto Butantan, a coronavac segue um padrão diferente das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca.

De acordo com entrevista com a infectologista, Heloisa Ravagnani, para a rádio Senado, a vacina foi criada com base no próprio vírus inativado, estratégia mais comum para imunizantes. Para desenvolver a vacina, os cientistas criaram uma cultura do coronavírus em laboratório, deixando-o inativado para a aplicação em pacientes.

Segundo Heloisa, “eles pegam o vírus, colocam em cultura, no meio de células, e quando tem um monte de células ali presentes eles inativam esse vírus com processos físicos ou químicos, mas ele mantém as características, que uma vez inoculado no organismo da gente na forma de vacina, ele vai estimular a produção de defesas nossas”.

Os testes para estudos clínicos com a CoronaVac começaram em julho do ano passado em oito estados. O estudo foi realizado com 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde e expostos diariamente à covid-19. Para o infectologista Marcelo Daher, o imunizante é seguro e chega para salvar vidas. A aplicação da CoronaVac ocorre em duas doses, sendo a segunda entre 14 e 28 dias após a aplicação da primeira.

O Instituto Butantan desde o início da pandemia se associou à fabricante chinesa de medicamentos Sinovac Biotech para conceber, desenvolver e testar em parceria uma vacina que pudesse impedir o colapso do sistema de saúde brasileiro – a CoronaVac.

A Sinovac Biotech é uma das principais biofarmacêuticas chinesas, e foi fundada em 1993 em Pequim. Com capital aberto e listada na NASDAQ, a companhia realiza pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização de vacinas contra Hepatite A e B, influenza, H5N1, H1N1, caxumba e raiva. Suas vacinas são exportadas para países como Mongólia, Nepal, Filipinas, México e Chile.

Em seu portfólio de vacinas, a Sinovac já tinha uma contra o vírus SARS-CoV-1, agente responsável pela epidemia de SARS na China entre 2002 e 2004. “Essa experiência permitiu a adaptação para o SARS-CoV-2 muito rapidamente. Em abril, já tínhamos uma vacina sendo testada em ensaios pré-químicos”, relembrou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva à imprensa. Os ensaios pré-clínicos em animais mostraram que a vacina tinha grande eficácia em protegê-los.

Na sequência começaram os estudos de fase 1 e fase 2, com 744 voluntários chineses, que comprovaram a segurança da vacina e sua eficiência na produção de anticorpos. Esses dados serviram de subsídio para o Butantan solicitar o início dos estudos de fase 3, aqui no Brasil. “Nos associamos com a Sinovac para desenvolver a parte mais importante da vacina, que é demonstrar a sua utilidade, a sua eficiência e a sua eficácia”, completou Dimas.

A parceria entre as duas instituições prevê troca de conhecimento e de tecnologia, mas a produção da CoronaVac é local, ou seja, feita totalmente no Brasil. Em outras palavras, o desenvolvimento da CoronaVac é do Butantan, utilizando matéria-prima chinesa. Além disso, os estudos clínicos de aplicação da CoronaVac no Brasil também são responsabilidade do Butantan.

“Isso [associação entre Butantan e Sinovac] é uma virtude. Porque se isso não tivesse acontecido, nós não estaríamos com milhões de doses prontas na prateleira, aguardando o momento do uso”, garantiu o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva à imprensa. Atualmente, há 6 milhões de doses da CoronaVac prontas, e outras 4,8 milhões em processamento para o início da vacinação no país.

Certificação da ANVISA

Em dezembro, equipes técnicas da ANVISA e do Butantan visitaram o complexo fabril da Sinovac. O objetivo era mostrar ao órgão regulador brasileiro como estava sendo a produção dos insumos da CoronaVac. Após a visita, a ANVISA concedeu à Sinovac a Certificação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, o que permitiu o início da produção das vacinas no Butantan.