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Reajuste no valor da gasolina e do gás puxam alta da inflação

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A alta da inflação no mês de março pode refletir no índice inflacionário para os mais pobres, é o que indicam especialistas da área de economia. No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que indica a inflação, registrou alta de 0,98%. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 6,10%, superior à meta estipulada pelo governo para este ano. Os culpados pela alta da inflação foram os reajustes nos preços da gasolina e do gás de cozinha. Só o preço da gasolina subiu 23% no período de um ano.

O economista Paulo Gala ressalta que os números atingidos pela inflação no mês de março são históricos, e faz uma relação com a taxa de desemprego no país. “Quando a agente olha o INCC, ele está acumulado, em 12 meses, em 12.23%, que é a maior alta em uma década. A gente teve algo parecido somente em 2008. Já o IGP, tivemos uma pancada dessas somente nos anos 1990. Tudo isso está sendo transmitindo para os preços ao consumidor e o que ancora a inflação, no momento, é o enorme desemprego no Brasil e a inflação de serviços que corre muito baixas”.

Já para a economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Virene Matesco, o que preocupa é o reflexo na inflação para os mais pobres. Além disso, a especialista prevê que a taxa básica de juros poderá ser ajustada em breve. “A inflação da baixa renda, que é medida pelo INPC, está mais alta do que a inflação oficial, que é medida pelo IPCA, que pega famílias de 1 a 40 salários mínimos. Portanto, há, sim, problema sério para o aumento de preços da população de baixa renda. Portanto, a inflação continua pressionando em uma trajetória de alta, o que deverá levar o Banco Central, na próxima reunião, que será em maio, a aumentar as taxas de juros”.

A taxa básica de juros foi elevada recentemente para tentar conter a inflação no país. Com isso, o preço do crédito ficou mais caro para os brasileiros. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que a alta da inflação no país é um movimento provisório. Campos Neto sinalizou que o comitê de política monetária deverá manter a programação de elevar a taxa básica de juros. Além da gasolina e do gás, outros itens, como alimentação, habitação, vestuário e saúde também pesaram no bolso do consumidor brasileiro. Os dados foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).