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“É como se agora, nós tivéssemos saindo de um pós-Guerra”, afirma pesquisadora sobre desigualdade no RS

Presidente Gabriel Souza apresentando os dados ao vivo. Fotos: Airton Lemos/Acústica FM
Presidente Gabriel Souza apresentando os dados ao vivo. Fotos: Airton Lemos/Acústica FM

Uma nova pesquisa encomendada
pela Assembleia Legislativa do Estado revela que 45% dos gaúchos vivem com
menos da metade da renda, que tinham antes da pandemia. Ao todo 1500 pessoas
foram ouvidas em todo o Rio Grande do Sul.

O levantamento realizado pelo
Instituto de Pesquisa e Opinião revela que 70% dos gaúchos sofreram com algum
impacto financeiro durante pandemia.

Sete a cada 10 famílias perderam
renda no Estado. O maior impacto foi na classe mais pobre segundo a pesquisa, 80%
dos entrevistados disseram no estudo que sofreram algum tipo de problema
financeiro durante a pandemia.

Segundo a diretora que realizou a
pesquisa, Elis Radmann, os governos deram pouca atenção às classes sociais de
baixa renda: “É importante destacar que 15% dos gaúchos não foram mapeados em
pelas políticas públicas dos governos estadual e federal, elas tiveram
assistência da família, foi a família que auxiliou essas pessoas”, finaliza.

As famílias que mais sofreram os
impactos são as que ganham até dois salários mínimos. No período que antecedeu
a disseminação do vírus, 53,5% dos ouvidos se consideravam pobres, de classe
baixa ou média baixa. Hoje, 70,6% se definem desta forma.

O retrocesso segundo a pesquisa,
está relacionado aos efeitos da crise sanitária e também à queda no poder de
compra. Com a aceleração da inflação a cientista social Elis Radmann, afirma
que o Estado Brasileiro demorou a agir e subestimou os danos sociais que a
pandemia poderia causar.

“O nosso movimento enquanto
Estado foi de apagar incêndio, e como se agora nós tivéssemos saindo de um
pós-guerra, e aí verificamos que conseguimos apagar o mínimo do incêndio, mas o
incêndio continua coma diminuição da capacidade compra das pessoas”, destacou a
cientista social.

O Estudo revela ainda que 15% dos
gaúchos tiveram que cancelar ou trancar o curso superior em função de
dificuldades econômicas durante pandemia, 30% desses alunos disseram que
precisavam de apoio de terceiros para comprar alimentos durante o período.

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Gabriel de Souzaa, também acredita que faltaram mais
ações do Estado brasileiro para evitar que o problema se agravasse: “nesse
sentido o estado Brasileiro está ausente, está faltando uma ação do estado mais
enérgica e com recortes específicos. Não adianta fazer ações pulverizadas,
dissipadas, porque pode mitigar, não vai resolver o problema”, afirma.

O parlamentar apresentou duas
propostas iniciais para discussão. Uma das sugestões envolve o pagamento, por
parte do Estado, de bolsas de estudo para alunos de baixa renda em
universidades comunitárias. A medida está prevista na Constituição Estadual,
mas ainda precisa de regulamentação.

A outra sugestão é incluir ações
relacionadas à primeira infância (como a abertura de vagas em creches e
pré-escolas) no projeto do Palácio Piratini que pretende vincular o ICMS das
prefeituras à educação. O texto ainda não foi apresentado, mas a ideia básica é
adotar o desempenho na área como critério para a distribuição de recursos.

Apesar dos todos os problemas, o
sentimento que predomina é de otimismo com futuro. Para 53,8%, a situação
econômica do Estado vai melhorar nos próximos 12 meses e, para 59%, o mesmo vai
acontecer com relação aos rendimentos familiares. A esperança deve ao avanço da vacinação.