A pesquisa encomendada pela
Assembleia Legislativa do Estado ao Instituto Pesquisas de Opinião aponta que
metade da população gaúcha sofreu algum tipo de impacto da pandemia no
trabalho. 25% perdeu o emprego conforme o levantamento divulgado nesta
segunda-feira (20) em evento hibrido no parlamento gaúcho, além de mais de 60%
que tiveram algum dano financeiro provocado pelas relações de trabalho na
pandemia.
Uma das grandes preocupações dos
entrevistados demonstrada na pesquisa é a falta de qualificação, 45% revelam
que são necessários mais investimentos em políticas públicas para atender a
esta demanda. Segundo a cientista social, coordenadora da pesquisa, Elis
Radmann, os governos precisam focar nos jovens e nas pessoas que estão
trabalhando e buscam requalificação.
Elis Radmann revela que a
pesquisa mostra que pandemia escancarou a desigualdade social, principalmente
na questão digital. Muitas pessoas perderam o emprego por não terem capacitação
profissional para lidar com as novas tecnologias, segundo a pesquisadora. Outro
ponto de destaque do levantamento é que as reformas da previdência e
trabalhista mudaram o cenário do mercado de trabalho. 36% dos entrevistados
avaliam que as reformas trabalhistas enfraqueceram a lei de proteção ao
trabalhador.
No começo da apresentação Elis
Radmann, disse que a reforma da previdência fez com que as pessoas trabalhassem
por mais tempo, não conseguindo espaço para a requalificação exigida na
pandemia. Para o presidente da Assembleia, Gabriel Souza as reformas precisam
de atualizações constantes para atender a demanda da sociedade. No evento, Souza,
anunciou que o parlamento Gaúcho e Governo do Estado estão em tratativas para
adesão Rio Grande do Sul a um programa no estilo do Jovem Aprendiz, do Governo
Federal, que oferece a jovens de 14 a 24 anos oportunidades de aprendizagem
profissional e de entrada para o mercado formal de trabalho.
O levantamento é o quarto
promovido pelo Parlamento gaúcho junto aos gaúchos este ano e integra a
programação do projeto “O RS PÓS-PANDEMIA”. Realizado em novembro, o debate
realizado pela Assembleia reuniu especialistas, que abordaram como a
transformação digital e a pandemia impactaram o rumo das profissões. O ciclo de
seminários já promoveu também discussões sobre economia, educação, saúde e
desigualdade social.
