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Alerta do tempo: Metsul coloca região de Camaquã em área de maior risco para passagem de ciclone

Foto: Ilustração/Pixabay
Foto: Ilustração/Pixabay

A MetSul Meteorologia alerta que um ciclone de trajetória
incomum e rara intensidade atingirá o Rio Grande do Sul e Santa Catarina entre
esta terça (17) e a quarta-feira (18) com rajadas de vento extremamente fortes
e mesmo destrutivas que podem atingir força de furacão em alguns pontos com
velocidade acima de 100 km/h em diversas localidades e superiores a 120 km/h em
parte do Leste gaúcho.

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Trata-se de situação de elevado perigo meteorológico e de
extremo risco à população com alta probabilidade de danos e comprometimento de
serviços públicos essenciais como luz e água. Moradores de municípios do Sul e
do Leste do Rio Grande do Sul devem enfrentar várias horas seguidas de vento
muito forte a intenso com rajadas por vezes violentas em intensidade.

Os modelos numéricos convergem em indicar um ciclone de
trajetória retrógrada, do mar para o continente, em direção ao Sul gaúcho e que
depois se moveria de Sul para Norte sobre o Leste do Rio Grande do Sul ou
margeando a costa do Estado até alcançar o Sul de Santa Catarina, onde
recurvaria novamente em direção ao oceano, perdendo intensidade.

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Todos os dados de modelos meteorológicos, sem exceção,
indicam um ciclone muito intenso e com valores de pressão extremamente baixos
junto ao Leste do Rio Grande do Sul. A pressão no centro do ciclone pode cair a
valores tão baixos quanto 980 hPa ou menos, equivalentes a de um furacão
categoria 1 fosse um ciclone tropical no Atlântico Norte.

O modelo norte-americano, em sua saída da madrugada desta
segunda-feira, projetava 979 hPa no centro do ciclone junto à costa do Sul
gaúcho na tarde da terça-feira, mas à medida que o sistema se desloca para
Norte a pressão central tende a subir, embora siga excepcionalmente baixa.
Desde o furacão Catarina, de março de 2004, não se observava os modelos
indicarem pressão tão extraordinariamente baixa junto à costa do Rio Grande do
Sul.

Não há precedentes na história recente de um ciclone tão
profundo em meses frios do ano na latitude do como o que os modelos projetam
para amanhã e a quarta-feira. Trata-se de uma situação meteorológica
extraordinária e que demanda do público e autoridades muita atenção pelos
riscos potenciais.

VENTO PODE ATINGIR FORÇA DE FURACÃO

Órgãos oficiais já emitiram avisos sobre a possibilidade de
vento muito intenso no Rio Grande do Sul entre amanhã e quarta-feira. O
Instituto Nacional de Meteorologia, por exemplo, em comunicado, alertou para
vento de até 115 km/h ou mais no Sul gaúcho. As projeções nossas na MetSul, com
base nas mais recentes saídas dos modelos, que apresentaram uma concordância
maior quanto à trajetória do ciclone margeando a costa, indicam vento mais
forte.

A trajetória do ciclone sobre a costa ou margando a costa do
Sul ao Norte gaúcho é o pior cenário para a ocorrência de vento, o que explica
todos os modelos numéricos estarem hoje indicando velocidades muito altas e
acima de 100 km/h em vários pontos. O pior ocorreria no Sul gaúcho, na Lagoa
dos Patos
e entorno, na área de Porto Alegre e locais mais ao Sul do Litoral
Norte. Veja nos mapas as projeções de vento máximo do modelo WRF da MetSul
entre a tarde da terça e o começo da quarta.

O Sul e o Leste do Rio Grande do Sul serão as regiões mais
castigadas com vento, em média, de 90 km/h a 110 km/h, mas rajadas em alguns
pontos que podem atingir de 110 km/h a 130 km/h, em especial no Litoral Sul e
na área da Lagoa dos Patos e seu entorno. Enfatizamos que existem dados de
modelos projetando velocidades ainda maiores, da ordem de 130 km/h a 150 km/h e
isoladamente superiores, sobre áreas do Litoral Sul e da Lagoa dos Patos.

Em Porto Alegre, a estimativa da MetSul é de rajadas, em
média, de 80 km/h a 100 km/h, mas, adverte-se, a topografia da cidade e a
presença da lagoa ao Sul e do Guaíba a Oeste podem resultar em vento superior a
100 km/h com algumas projeções indicando vento extremo em pontos mais ao Sul da
cidade e próximos da Lagoa dos Patos acima de 120 km/h. Cidades mais ao Sul da
área metropolitana como Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão podem ser igualmente
duramente castigadas. O Vale do Sinos, pelo seu relevo, costuma ter vento menos
intenso em ciclones, mas pode registrar rajadas muito fortes.

O Litoral Norte gaúcho também deve sofrer com vento forte a
intenso com rajadas perto ou acima de 100 km/h e potencialmente mais intensas
em praias e municípios mais ao Sul da região como Palmares, Quintão, Balneário
Pinhal, Tramandaí, Cidreira, Imbé, Xangri-lá e Capão da Canoa. Mais ao Norte,
embora se preveja vento muito forte a intenso em alguns momentos, as rajadas
seriam menos violentas que em praias mais ao Sul da região.

Em Santa Catarina, o vento pode ser muito forte também no
Sul do estado com as rajadas mais intensas ocorrendo no Litoral Sul, onde em
alguns pontos devem ficar próximas ou acima de 100 km/h, como nas áreas de
Passo de Torres, Balneário Rincão e Laguna. O vento nas montanhas do Planalto
Sul Catarinense, como no Morro da Igreja, e em elevações na borda da Serra nos
Aparados pode atingir velocidades altíssimas.

ONDE E QUANTO SE ESPERA O PIOR DO VENTO

O ciclone deve ingressar pelo Sul gaúcho, o que fará com que
o vento se torne extremo na tarde e noite de terça-feira primeiramente pela
região extremo Sul e depois para áreas mais ao Sul da Lagoa dos Patos. Na
sequência, na noite desta terça, o campo de vento extremamente forte vai se
mover pela Lagoa dos Patos e pelo litoral até áreas mais ao Sul do Litoral
Norte. No começo da quarta, o vento sopra forte na Serra e atinge com mais
força áreas entre o Norte da Lagoa dos Patos e o Litoral Norte. Por isso, em
Porto Alegre, o pior do vento deve ocorrer no final da terça e nas primeiras
horas da quarta.

Os municípios de maior risco no Rio Grande do Sul por vento
muito intenso a extremo são Chuí, Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Rio Grande,
Capão do Leão, São José do Norte, Piratini, Pedro Osório, Pinheiro Machado,
Morro Redondo, Turuçu, São Lourenço do Sul, Cristal, Camaquã, Mostardas, São
José do Norte, Tapes, Camaquã, Sertão Santana, Cerro Grande do Sul, Sentinela
do Sul
, Mariana Pimentel, Guaíba, Barra do Ribeiro, Eldorado do Sul, Viamão,
Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada, Glorinha, Osório, Santo
Antônio da Patrulha, Palmares do Sul, Balneário Pinhal, Cidreira, Tramandaí,
Xangri-lá, Imbé, Capão da Canoa, Arroio do Sal, Maquiné, Terra de Areia, Três
Cachoeiras, e Torres.

CHUVA LOCALMENTE FORTE A TORRENCIAL

Ciclones intensos, independente da sua natureza
(extratropical, subtropical ou tropical), em regra, trazem chuva volumosa. A
maior preocupação na passagem deste sistema entre amanhã e quarta no Rio Grande
do Sul é vento, mas há risco de chuva por vezes forte a torrencial da tarde
para a noite de terça e em parte da quarta-feira. O fato de o ciclone se
deslocar muito rapidamente de Sul para Norte reduzirá o risco de acumulados
mais extremos de precipitação.

Fonte: Metsul meteorologia