Depois de mais uma vistoria durante
esta semana no Hospital Universitário em Canoas, a diretoria do Simers marcou
uma reunião com o Ministério Público para esta quarta-feira. O movimento faz
parte de mais uma ação da entidade que busca a intervenção do governo do Estado
ou do Ministério da Saúde na gestão da saúde do município. Na prática, a medida seria repassar a
administração da saúde ao governo do Estado, que faria a gestão dos recursos
oriundos do SUS, enquanto o poder municipal reorganizaria as finanças e
cumpriria com os pagamentos devidos aos profissionais de saúde
“Já
iniciamos um processo para a imediata adoção de providências que viabilizem a
retirada da gestão plena da Saúde do município, pois Canoas perdeu as condições
mínimas de garantir uma assistência com segurança e qualidade à população”,
afirma o vice-presidente do Simers, Marcelo Matias.
Nesta segunda a entidade encaminhou ao presidente da Comissão de
Saúde da Câmara Municipal de Canoas, o vereador Gilson Oliveira, a recomendação
para a imediata desabilitação do município da condição de gestor pleno dos
recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A emergência pediátrica do Hospital
Universitário (HU), havia sido fechada desde a madrugada de domingo devido à
falta de profissionais e de insumos básicos, como antitérmicos e papel
higiênico.
O mesmo documento chegou às mãos do superintendente do Ministério
da Saúde no RS, Renato Airton Altmann, também nesta segunda-feira.
De acordo com Marcelo Matias, a mesma recomendação vai ser
encaminhada ao Ministério Público nesta quarta. o Governo do Estado, já recebeu
o pedido do Simers. A reportagem da Acústica FM entrou em contato com a
Secretária Arita Bergmann mas ela disse que não iria se manifestar sobre o
assunto no momento
Durante
a nova vistoria nesta segunda, os médicos buscaram ver a realidade não só da
emergência pediátrica, mas também em diferentes unidades da instituição, que
também vêm sofrendo com a precarização e a falta de repasses do município.
Há relatos de familiares de pacientes estão comprando materiais hospitalares
básicos para o hospital universitário
O Conselho Regional de Medicina que também participou da vistoria, nesta semana , aponta que uma há falhas na escala de médicos, faltando muitos
profissionais para o atendimento à população
“Os que nós constatamos é que não tem médico ou tem um efetivo muito
aquém, digamos que 20% do que é necessário” ressalta o Carlos Leonardo Tremea –
conselheiro do departamento de Fiscalização do Cremers.
Diante desta situação, os profissionais de saúde – médicos e
enfermeiros – estão deixando o HU e indo para novas ocupações com melhores
condições de trabalho e remuneração.
Intervenção do Estado no HPS de
Canoas
Em abril, a Justiça atendeu ao
pedido do MP para uma intervenção no Hospital de
Pronto Socorro de Canoas (HPSC). O contrato da prefeitura com a
entidade privada que fazia a gestão do hospital era um dos negócios que,
segundo apuração dos promotores do caso, teria envolvido corrupção e
organização criminosa. A operação afastou inclusive o então prefeito Jairo
Jorge.