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RS monitora paciente de Porto Alegre com sintomas de varíola do macaco

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um gaúcho passou a ser monitorado pela Secretaria Estadual
da Saúde, após apresentar sintomas semelhantes ao da varíola dos macacos.
Segundo a pasta, ele é um morador de Porto Alegre teria vindo recentemente de
Portugal.

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O estado está em dialogo com o Ministério da Saúde, para debater
sobre o caso do gaúcho, que chegou no dia dez deste mês e que então passou a
apresentar os sintomas. Já foi coletado material e exames estão sendo
realizados para comprovar ou não que se trata deste tipo de varíola.

Entre os sintomas apresentados pelo paciente, estão: dores de
cabeça, aumento dos gânglios linfáticos e febre. Há uma expectativa de que os
resultados dos exames saiam ainda neste início de semana.

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O que é a varíola dos macacos

A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre, ou seja, um
vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos – o
que ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental. A
doença é causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à família dos
ortopoxvírus.

Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da
África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo
vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves
em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento).

A taxa de mortalidade de casos para o vírus da África
Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%.
As crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode
levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê, aponta a OMS.

Quais os sintomas da varíola dos macacos

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre,
dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados,
calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e
depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As
lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta,
que depois cai.

Os sintomas da varíola dos macacos podem ser leves ou
graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas. Casos mais
leves de varíola podem passar despercebidos e representar um risco de
transmissão de pessoa para pessoa. É provável que haja pouca imunidade à
infecção naqueles que viajam ou são expostos de outra forma, pois a doença
endêmica geralmente é limitada a partes da África Ocidental e Central.

Como ocorre o contágio da varíola dos macacos

A fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi
confirmada pela OMS. No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo
contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo
contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais
contaminados, como roupas e lençóis. O período de incubação da varíola dos
macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por
isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.

Como a varíola dos macacos foi identificada

A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em
1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em
colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano de varíola
dos macacos foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante
um período de esforços intensificados para eliminar a varíola. Desde então, a
varíola dos macacos foi relatada em humanos em outros países da África Central
e Ocidental.

Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado
na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5/5, foi internado
em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em
doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12/5. Outro
caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30/4, e a doença foi
confirmada em 13/5.

No dia 15/5, outros quatro casos foram confirmados pelo
governo britânico, os quais apresentaram as lesões na pele. No dia 18/5, a
agência do Reino Unido informou mais dois casos. Porém, nenhum deles havia
viajado ou tido contado com pessoas que o fizeram, indicando uma possível
transmissão comunitária da doença.

Tem vacina para a varíola dos macacos

Historicamente, a vacinação contra a varíola comum mostrou
ser protetora contra a varíola dos macacos. Embora uma vacina (MVA-BN) e um
tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em
2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente
disponíveis e populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não
tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de
vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas. No
Reino Unido, a vacina contra varíola está sendo oferecida às pessoas de maior
risco.

Como se prevenir

Residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o
contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da
varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem abster-se de
comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool
gel são importantes para evitar a exposição ao vírus, além de evitar contato
com pessoas infectadas e usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na
pele.