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Equipes de Atenção Básica realizaram 19,6 mil consultas de pré-natal com seis ou mais atendimentos por gestante em 2021 no RS

Foto: FreeStock/Unsplash
Foto: FreeStock/Unsplash

Para prevenir e detectar precocemente doenças em gestantes e
bebês, o Ministério da Saúde recomenda que as mulheres tenham ao menos seis
consultas de pré-natal durante a gravidez. No estado do Rio Grande do Sul, as
equipes de Atenção Básica realizaram 19,6 mil atendimentos médicos que englobam
essa quantidade mínima, entre janeiro e dezembro de 2021. Em todo Brasil, foram
feitas 407,9 mil consultas de pré-natal no recorte de seis ou mais por
gestante, no mesmo período. Os dados são do Sistema de Informação em Saúde para
a Atenção Básica (Sisab). 

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Ainda que a assistência esteja disponível pelo SUS em todas
as regiões do país, o quadro de mortalidade materna e infantil acende o alerta
das autoridades de saúde. Isso porque, segundo o Ministério da Saúde, grande
parte dos óbitos ocorrem durante a gravidez ou por complicações durante o
parto, sendo que 90% das causas, como hipertensão, hemorragia e síndromes
infecciosas, são consideradas evitáveis com atenção à saúde precoce e de
qualidade.

“O Ministério da Saúde acredita que a mortalidade materna é
uma tragédia social sem precedentes. A perda de uma mãe significa a
desestruturação total do núcleo familiar. Há uma frase que a gente veicula [em
campanhas educativas] que diz o seguinte: ‘A cada mulher que morre, há uma
família que sofre, uma comunidade que fica mais fraca e um país que fica mais
pobre”, afirma a ginecologista, obstetra e diretora do Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas (DAPES), Lana de Lourdes Aguiar.

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Com o propósito de reverter essa situação, o Ministério da
Saúde vai investir, em 2022, mais R$ 624 milhões ao financiamento atual de R$
977 milhões para reestruturar a rede de saúde materno-infantil brasileira. Na
avaliação das autoridades de saúde, aprimorar a assistência oferecida da
Atenção Primária à Atenção Hospitalar, desde o fortalecimento das maternidades
até a criação dos ambulatórios de assistência a gestantes com alto risco para
complicações, assegura à mulher o direito ao planejamento familiar, ao parto e
ao puerpério e, às crianças, o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e
desenvolvimento saudáveis. 

Garantir atendimento humanizado e mais próximo possível do
cidadão, lembra Lana, é responsabilidade compartilhada pelo governo federal com
estados e municípios. “O enfrentamento da mortalidade materna é uma causa dos
gestores nas três esferas de governo, bem como de toda a sociedade. Aos estados
e municípios cabe a organização da rede de atenção materna e infantil, de modo
a atender as necessidades das gestantes e puérperas, ofertar acesso ao
pré-natal de qualidade, à atenção ambulatorial e à atenção hospitalar”,
ressalta a diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.

Benefícios do pré-natal

O pré-natal segue um protocolo para monitoramento da saúde
da gestante e do bebê. Inclui anamnese (histórico de sintomas narrados pelo
paciente sobre determinado caso clínico), exame físico e análise de exames
laboratoriais e de imagem. Como o acolhimento é um dos eixos e diretrizes da
Política Nacional de Humanização e de Atenção Obstétrica e Neonatal do Ministério
da Saúde, os profissionais de saúde preparam as mulheres para a maternidade por
meio de orientações sobre hábitos de vida e higiene pré-natal, conversam sobre
a importância de manter o estado nutricional apropriado e sobre o uso de
medicações que possam afetar o feto ou o parto. As consultas também tratam das
manifestações físicas próprias da gravidez, servem de apoio psicológico para as
futuras mamães e são um momento importante para a gestante tirar dúvidas e
dividir preocupações e experiências.

“Não só financiamos as ações, como também estabelecemos
diretrizes e orientações técnicas para o desenvolvimento de todas elas. Um dos
nossos indicadores de desempenho é o pré-natal das gestantes. Há instrumentos e
material de orientação para que as equipes se organizem e possam oferecer um
bom cuidado, desde o necessário do ponto de vista de equipamento até a conduta
clínica, ou seja, como tratar as patologias, doenças, como prevenir e
reabilitar para esses dois grupos: mulheres e crianças”, detalha a diretora do
Departamento de Saúde da Família (DESF), Renata Maria de Oliveira Costa.

“Queremos evitar que crianças fiquem órfãs, quando perdem a
mãe na hora do parto, e que mães não percam seus filhos por conta de uma morte
infantil que seria evitável se tivesse o cuidado adequado”, completa.

Texto: Luiza Aldser | Brasil 61