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Ordens de execuções em Camaquã podem ter partido de dentro do presídio

Foto: Valério Weege/Acústica FM
Foto: Valério Weege/Acústica FM

Os crimes praticados recentemente na cidade de Camaquã, vem
causando apreensão na comunidade, que somente neste ano de 2022, já contabiliza
ao menos 12 homicídios. Os números estão muito próximos aos registrados em todo
o ano de 2021, quando 16 ocorrências deste tipo foram registradas na cidade.

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Durante entrevista concedida a Rádio Acústica FM, nesta quarta-feira
(29), a Delegada Regional, Vivian Sander Duarte, disse que as equipes estão trabalhando
incansavelmente para a elucidação dos casos. Prova disso são os 11 inquéritos
de homicídios remetidos pela Polícia Civil ao Poder Judiciário neste ano de
2022, com 21 indivíduos indiciados.

Ao todo, foram 18 pessoas presas preventivamente neste ano,
por suspeita de envolvimento nestes crimes, sendo que 80% destas prisões são de
pessoas ligadas a alguma facção criminosa. Neste momento existem 11 inquéritos
policiais em andamento, relativos a homicídios, sendo que sete deles possuem
alguma ligação com a rivalidade relacionada ao tráfico de drogas.

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A Delegada fez um apelo aos representantes dos poderes
Executivo e Legislativo municipal, para busquem emendas parlamentares junto aos
Deputados Federais e Estaduais, para que o Presídio Estadual de Camaquã esteja
entre as casas prisionais que possam ser contempladas com sistemas de
bloqueadores de celulares.

“A grande maioria das mortes são ordenadas de dentro de presídios
e isso é fato. Nós temos conhecimento não só do presídio de Camaquã, como de
alguns outros presídios”, destacou Vivian.

Para se ter uma ideia, em janeiro de 2018, a polícia
descobriu um esquema em que o líder de uma quadrilha, comandava ações do
tráfico de drogas em Camaquã, de dentro da penitenciária modulada de Montenegro.
Além do tráfico de entorpecentes, também havia indícios de envolvimento da
quadrilha com crimes de furtos na região.

O trabalho investigativo também apontou que diversos outros
crimes teriam sido encomendados de dentro de casas prisionais do estado. Entre
eles está o chamado “tribunal do crime”, quando executores cumpriram ordens de
chefes de facções, contra rivais de quadrilhas, principalmente na região
metropolitana de Porto Alegre.

Falta de manutenção das câmeras de monitoramento dificulta
as investigações

No dia 13 de dezembro de 2016, a prefeitura de Camaquã
inaugurou a Sala de Videomonitoramento, no Centro Administrativo Municipal. O
sistema com 25 câmeras com imagens full HD, bem como a sala de monitoramento,
foi possível através de recursos próprios e também de emenda parlamentar,
totalizando R$ 1.177.221,00.

Na época, a cidade providenciou um espelhamento destas câmeras,
junto ao quartel da Brigada Militar, possibilitando que as imagens em tempo
real, fossem acompanhadas pelos profissionais militares. Deste tempo para cá,
diversas ocorrências policiais foram solucionadas graças a captação de imagens
através do sistema.

A falta de manutenção destes equipamentos vem gerando
desconforto e principalmente, impossibilitando que alguns crimes fossem
elucidados com maior facilidade. Algumas destas câmeras estão necessitando
inclusive serem realocadas, tendo em vista que de lá pra cá, houveram
construções e até mesmo o crescimento de vegetação, que acabam interrompendo a
visualização em determinados pontos.

A situação foi exposta ao público durante pela Delegada
Regional de Polícia. Ela fez um apelo para que vereadores incluam a situação em
suas pautas de trabalho e que o Poder Executivo se sensibilize com a situação e
busque recursos que garantam a viabilidade da utilização do sistema.

“…nós temos quase trinta câmeras de monitoramento e menos
de dez estão em funcionamento…” relatou a delegada.

Ela afirma que os equipamentos ajudariam a esclarecer os
crimes de homicídios ocorridos na cidade.

Acompanhe a entrevista com a Delegada Regional Vivian Sander Duarte, sobre o assunto: