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Vídeos: justiça solta suspeitos de envolvimento com o tráfico e homicídios em Camaquã

Foto: Fábio Lima | Acústica FM
Foto: Fábio Lima | Acústica FM

A soltura de presos acusados de envolvimento em organização
criminosa que atua no tráfico de drogas em Camaquã, foi tema de uma entrevista
na manhã desta segunda-feira (10), com o Presidente do Sindicato dos Escrivães,
Inspetores e Investigadores
da Policia Civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm),
Isaac Ortiz. O representante da categoria falou sobre as situações que envolvem
a falta de manutenção das prisões de criminosos nos presídios gaúchos.

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A motivação da entrevista, veio através de informações
obtidas pela reportagem da Acústica, sobre presos suspeitos de estarem ligados ao tráfico de drogas
e também a homicídios ocorridos em Camaquã, que após intensa investigação da
Polícia Civil, foram presos em junho deste ano. Meses depois, houve uma
rejeição por parte do Poder Judiciário, da denúncia feita pelo Ministério Público e parte deles já está nas
ruas novamente.

Em levantamento junto as forças de segurança, apuramos que no
segundo e terceiro trimestre de 2022, foi realizada operação de combate ao
tráfico de drogas e associação criminosa no bairro Bom Sucesso, em Camaquã. A comunidade
passou a exigir uma ação para conter a onda de violência com constantes
homicídios ocorridos naquele bairro, que estariam envolvendo disputas pelo tráfico de drogas, além da
própria comercialização diuturna e com movimentação intensa e contínua de
usuários de drogas.

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Nas imediações dos alvos investigados, existe uma escola em
pleno funcionamento e também se localiza o Presídio Estadual de Camaquã. Um
grupo de pessoas foi investigado e monitorado durante cerca de quatro meses,
onde foram realizadas várias apreensões de porções de drogas (crack, maconha e
cocaína), com usuários que adquiriam o entorpecente junto ao grupo criminoso.

Durante o monitoramento, foram registradas através de duas
mil imagens, a movimentação de usuários junto aos traficantes, demonstrando o que seria uma
verdadeira feira livre de drogas. Foi feita inclusive, uma operação policial,
que resultou em nove indiciamentos e sete prisões preventivas. Na época, a comunidade
elogiou e agradeceu a operação policial que devolveu a tranquilidade ao bairro.

Porém, ao final da fase processual, a denúncia do Ministério
Público de tráfico de drogas e associação criminosa, foi rejeitada pelo Poder
Judiciário e a maioria dos alvos já foi posta em liberdade, permanecendo apenas
aqueles que possuem outros processos.

Moradores pediam por
providências por parte da polícia

O problema do tráfico de drogas naquelas imediações não é
novo. Informações colidas pela reportagem, dão conta inclusive, que no ano de
2020, a própria comunidade passou a procurar intensamente as forças de
segurança e pedia providências urgentes sobre a movimentação intensa de tráfico
de drogas, não mais suportada naquela região.

O tráfico envolvia diversos furtos cometidos pelos usuários
que trocavam os objetos por drogas, além da movimentação destes usuários durante o dia pelas ruas
daquele bairro, trazendo insegurança. Alguns moradores, não encontrando outra
saída, cogitaram vender seus imóveis e se mudarem para outras regiões da cidade.

A reportagem também apurou que ocorreram
monitoramentos com pelo menos 27 apreensões de drogas com usuários, adquiridas
momentos antes nos traficantes investigados. 
Na casa de um alvo, foram apreendidas janelas e uma TV furtadas. 

A operação durou três meses e resultou na prisão de cinco
alvos na época. A comunidade demonstrou alívio com a cessação da movimentação
de usuários e ocorrências de furto com as prisões. Porém, quatro já foram
postos em liberdade e apenas um mantido preso.

Uma outra operação policial foi realizada no ano de 2021,
com o objetivo de combate ao tráfico de drogas e associação criminosa em
Camaquã, Arambaré e Rio Grande. Naquela ocasião, um grupo de 13 indivíduos,
alguns em liberdade e outros detentos cumprindo pena, foram alvos de
investigação resultando em 14 indiciamentos e 13 prisões preventivas.

Durante cerca de três meses de investigações foram
realizadas inúmeras diligências, com apreensão de porções de drogas, armas e
munições, celulares e recibos bancários. Houve inclusive a extração de dados dos
celulares do grupo criminoso, somando 35 páginas de conteúdo, diálogos e
imagens demonstrando as transações de drogas por parte dos alvos, que possuíam
antecedentes policiais e criminais.

Ao final, mesmo com a junção de todas as
provas e testemunhas colhidas, todos os alvos foram absolvidos pela justiça.
Confira abaixo, algumas das evidências colhidas pelos investigadores, para
embasar a acusação:

– Drogas apreendidas com vinculação aos alvos: 12,69kg de
maconha, 550g de crack e 1,658 kg de cocaína;

– 27 termos circunstanciados de usuários. 27 porções de
drogas embaladas e fracionadas apreendidas;

– Extração dos celulares com diálogos, depósitos e imagens
demonstrando a comercialização de drogas, somando 50 páginas;

– TVs e janelas apreendidas e que haviam sido furtadas;

– Maioria dos alvos com antecedentes Policiais.

Durante entrevista exclusiva que concedeu a Rádio Acústica
FM
para falar sobre o caso, o Presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da
Policia Civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm), Isaac Ortiz, falou sobre as
dificuldades enfrentadas pela categoria. Citou exemplos das falsas acusações de
agressões feitas por presos, acusando policiais, com o intuito de que os agentes
fossem removidos de áreas onde eram feitas prisões e apreensões, que impediam
que as facções criminosas mantivessem o comércio de drogas pelo estado.

Ortiz também destacou que a soltura de presos, mesmo havendo
grande quantidade de provas e testemunhas das atividades fraudulentas, não é
uma novidade e não é algo que ocorre somente na cidade de Camaquã. Ele citou
exemplos de que esta é uma questão que há muito tempo causa divergências entre
os poderes.

Acompanhe a
entrevista com Isaac Ortiz:

Já o Juiz de direito, Luis Otavio Braga Schuch, salienta que
deve haver harmonia entre os poderes, mas que cada um possui as suas
incumbências dentro do processo de segurança pública. Ele destaca que o juiz
possui a função de manter os casos baseados dentro do que se refere a Constituição
Brasileira, e que a análise deve ser feita sempre respeitando o ordenamento
jurídico.

Acompanhe a
entrevista com o Juiz de direito, Luis Otavio Braga Schuch: