Cerca de 40% das indústrias deixariam de usar as rodovias se
houvesse outro tipo de transporte em bom estado de estrutura, revela pesquisa
inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada desta
terça-feira (18). Segundo o levantamento, as ferrovias seriam a principal opção
de escoamento da produção para 28,5% dos industriais.
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De acordo com a pesquisa, o estado das ferrovias impede a
troca. Atualmente, somente 8% das indústrias transportam a produção por
trilhos. Desse total, 63% consideram o sistema ferroviário regular, ruim ou
péssimo. Somente 31% dizem ser bom ou ótimo.
Sem a opção pelas ferrovias, 99% das indústrias usam os
caminhões. Em algum momento, elas também recorrem ao transporte aéreo (46%) e
portuário (45%). Em seguida, aparecem a navegação de cabotagem (13%) e
hidrovias (12%).
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Gargalos
De acordo com a pesquisa, o transporte é citado como o
principal gargalo por 73% dos entrevistados. Em seguida, vêm energia (13%),
saneamento (6%) e telecomunicações (5%). Segundo a CNI, o país atualmente
investe apenas 0,65% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura de
transportes. Para a entidade, seriam necessários investimentos de 2% do PIB
para modernizar a estrutura logística do país e torná-la adequada tanto ao
escoamento interno de cargas, quanto às exportações e importações.
Segundo as empresas industriais, entre as principais razões
para o setor trocar de meio de transporte estão a perspectiva de redução de
custos (64%) e a maior agilidade para a entrega do produto (16%). Para 46% dos
empresários, o custo representa o principal problema na logística e operação
das empresas.
Entre os empresários entrevistados, 84% consideram o custo
do transporte e da logística na indústria alto ou muito alto e 79% indicam o
frete como principal custo logístico. Outros problemas relatados são o roubo de
cargas (22%), a má condição dos modais (20%) e a má qualidade da frota (7%).
Problemas
Apesar do desejo de migrar para o modal ferroviário, as
indústrias consideram o estado das rodovias como o maior problema atual no
transporte de cargas. A infraestrutura das estradas foi citada por 67% dos
entrevistados como o principal gargalo logístico. Em seguida, vêm a
infraestrutura das ferrovias (34%), a falta de ampliação ou de duplicação de
rodovias (10%), o custo do combustível (9%) e o acesso aos portos (9%).
Encomendada pela CNI, a pesquisa foi realizada pelo Instituto
FSB Pesquisa. Ao todo, foram ouvidos 2,5 mil executivos de grandes e médias
empresas industriais, nas 27 unidades da Federação, sendo 500 em cada região.
As entrevistas foram feitas de 23 de junho e 9 de agosto. A margem de erro é de
2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de
95%.