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Movimento separatista entrega manifesto à Assembleia, em Porto Alegre

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Montados a cavalo e com bandeiras dos três Estados do Sul em mãos, integrantes de movimentos separatistas entregaram um manifesto pela independência da região na Assembleia e no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira. Uma das intenções da comitiva é realizar uma espécie de plebiscito informal, em outubro do ano que vem, para medir a adesão popular à causa.

Participantes dos grupos O Sul é o Meu País e RS Livre foram recepcionados pelo presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), diante da entrada principal. Brum informou que receberia o documento, de acordo com seu papel institucional, e o encaminharia para análise dos demais deputados.

Como muitos dos manifestantes estavam a cavalo, o encontro ocorreu fora das dependências da Casa. Além das bandeiras dos Estados do Sul, também eram exibidas flâmulas azuis com três estrelas representando o novo país sonhado pelos descontentes.

Depois de entregarem os papéis pedindo apoio da Assembleia ao rompimento do Rio Grande do Sul com a União, os defensores da separação rumaram ao Palácio Piratini, onde esperavam participar de uma audiência com o governador José Ivo Sartori. Porém, a assessoria de Sartori explicou que o governador teve outro compromisso no mesmo horário, e a comitiva acabou recebida pela chefia de gabinete do Piratini.

O diretor jurídico do movimento O Sul é o Meu País, Adelar Bitencourt Rozin, afirma que a situação conturbada do Brasil vem estimulando a defesa da independência. A intenção do grupo é realizar um plebiscito informal, no mesmo dia das eleições do ano que vem, para consultar a população sulista sobre a ideia de isolar a região do restante do país.

— Pretendemos colocar urnas paralelas do lado de fora (das seções eleitorais) para saber a opinião da população. Hoje, o pacto federativo é fictício porque, para existir, os Estados deveriam ter autonomia financeira e administrativa. O Rio Grande do Sul não tem nenhuma — argumenta Rozin.

O cientista político Paulo Moura, coordenador do curso de Ciências Sociais da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), considera a pauta em favor da separação do Estado um “projeto utópico”.

— Não vejo futuro em nenhum movimento separatista. Seria mais produtivo debater um novo pacto federativo e fiscal, pelo qual a maior parte dos impostos arrecadados ficasse nos Estados e nos municípios. Não vejo qualquer chance da ideia de separação prosperar. É folclore — avalia Moura.