Search
[adsforwp-group id="156022"]

Advogado e promotor batem boca durante júri do Caso Eliseu

Foto: Airton/ Acústica FM
Foto: Airton/ Acústica FM

Durante a tarde, as defesas dos dois réus buscaram fragilizar as acusações do Ministério Público contra os dois réus que estão sendo julgados no quarto júri do caso Eliseu. O primeiro a fazer a sustentação no plenário  foi Marcus Vinicius Barrios, advogado de Marcelo Pio Machado. Para convencer os jurados, Barrios usou a tese de que a peça do Ministério Público traz  ao menos cinco mandantes.  Na sustentação, o advogado afirma que com a quantidade de gente envolvida no suposto planejamento do crime seria impossível manter sigilo sobre a ideia de executar Eliseu Santos, a informação poderia ser vazada facilmente na avaliação do defensor. Em um dos momentos mais tensos, o promotor  Eugênio Amorim pediu um aparte durante a fala do advogado de Marcelo Pio. Amorim chamou a defesa de raivosa e disse que Barrios não havia lido o processo. O advogado reagiu e pediu intervenção ao juiz 

“Vossa excelência, não entendo entendo por que uma promotora com tanta capacidade técnica precisa ficar ao lado desse cidadão que não respeita ninguém! Ele desrespeita todo mundo, é só raiva desse cidadão. Não tem respeito por ninguém. É preciso reprimir esse promotor, dar limites a ele”, disse o advogado.

A fase de debates entre o Ministério Público e as defesas dos dois réus do júri do caso Eliseu começou na manhã desta quarta-feira. Os promotores Lúcia Callegari e Eugênio Amorim buscaram convencer o corpo de jurados a condenar Jonatas Pompeo Gomes e Marcelo Pio.

A primeira fala foi da promotora Lúcia, afirmando que Marcelo Machado Pio era desafeto de Eliseu Santos. Ela recordou os motivos para que o contrato com a Reação fosse encerrado, citando dívidas com funcionários e impostos.  A promotora mostrou vídeos que seriam de um suposto esquema de corrupção envolvendo os sócios da Reação — Marcelo e Jorge Renato Hordoff de Mello, já condenado —, e Marco Antônio de Souza Bernardes, que era assessor jurídico da Secretaria da Saúde de Porto Alegre. Bernardes teria cobrado propina da empresa. Sobre o réu Jonatas, Lúcia lembrou que ele foi funcionário da empresa Reação e é irmão de Eliseu Pompeu Gomes, um dos atiradores e já condenado nesse caso. Disse que Jonatas, mesmo preso no regime semiaberto, fez várias ligações para o irmão e para outros envolvidos no crime.

Segundo o MP, Jonatas Pompeu Gomes, de 33 anos, teria auxiliado tanto na organização do delito quanto depois dele. Ontem, ele havia negado crime, alegando que estava preso no semiaberto do Instituto Penal de Viamão (IPV), o que foi contestado por Lúcia Callegari em frente aos jurados. Jonatas trabalhou 35 dias na empresa Reação, como porteiro em uma obra de construção de um hipermercado na Zona Norte da capital.

A denúncia do MP aponta que, por uma dívida com alguém da empresa Reação, Jonatas teria indicado o irmão Eliseu Pompeu Gomes para executar o crime. Eliseu Gomes morava em Esteio na época dos fatos. O réu disse que estava preso (ele respondeu a um processo criminal pelo roubo de uma motocicleta) no regime semiaberto e não tinha telefone. O número telefônico apontado pelo MP como sendo dele para se comunicar com o irmão seria do tio deles.O julgamento popular ocorre no 1º Juizado da 1ª Vara do Júri da Capital e tem previsão de dois dias de duração. As sessões são presididas pelo juiz Thomas Vinícius Schons.

O MP pediu a condenação de ambos por homicídio qualificado. O primeiro réu também responde por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.