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Policial Militar preso em flagrante por feminicídio em Guaíba teve pedido de prisão negado meses antes do crime

Foto:  Reprodução
Foto: Reprodução

Neste final de semana mais 3 relatos de feminicídio entraram para as estatísticas nos municípios de Guaíba, Gramado e São Vendelino na Serra gaúcha.

A morte de uma jovem de 21 anos suspeita de feminicídio chama atenção, ela foi encontrada morta na casa em Guaíba, com sinais de vítima de feminicídio por parte do companheiro, um policial da brigada militar que não teve a identidade divulgada foi preso em flagrante após comunicar que a jovem teria cometido suicídio. 

Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, uma patrulha fazia o reconhecimento de uma área quando avistou duas ambulâncias do SAMU em frente a casa do PM, localizada na rua cinco, no bairro Coahb em Guaíba. A jovem Mariana Canofe Marques, de 21 anos, foi encontrada morta em casa, na região metropolitana de Porto Alegre.

O local foi isolado para perícia que encontrou indícios de que o crime não seria como o relatado pelo Policial Militar, como explica a delegada Karoline Calegari, responsável pelo caso: 

– Na verdade o luminol indentificou material humano em locais da casa imcompatíveis com a pratica do suicídio. Agora a gente tem confirmar através da genética forense se este sangue era da vítima. O Juíz já decretou a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva.

O policial militar foi preso em flagrante e está preso sob custódia da BM. Ele teve um pedido de prisão decretado em junho deste ano após o descumprimento de uma medida judicial protetiva contra a vítima. No entanto, o juiz do caso entendeu que não havia a necessidade de pedido, devido a conduta não grave da situação e negou o pedido. 

Segundo a Promotora de Violência Doméstica, que pediu a prisão do suspeito em junho deste ano, Dr. Raquel Isotton do Ministério Público o que motivou o pedido foi o descumprindo da ordem judicial, além das agressões relatadas e também por conta de o agressor ser policial:


– Ela falou para os policiais que ele passava pela frente da residência dela, do trabalho dela, que ele não queria sair da casa onde eles moravam, foi então ai que eu fiz um pedido de prisão preventiva desse agressor. Esse pedido não foi deferido mas em contrapartida o Juíz mandou intimar ele novamente para que cumprisse a medida. 


De acordo com a promotora um problema em casos como esse é que esse ciclo de violência se retroalimenta:  

– Na sequencia do pedido de prisão ela pediu para retomar o relacionamento e disse que não queira mais a medida. Certamente esse homem jurou pra ela que não faria mais, que agora seria diferente.

O pedido da promotora ocorreu em junho de 2022, porém a vítima entrou em contato com a defensoria pública dizendo que queria reconciliar o relacionamento. 


Segundo dados de  indicadores de criminalidade divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do RS, de janeiro até o fim de outubro, foram registrados 89 casos de feminicídios no RS. Os números indicam que o estado pode superar o total de casos de todo o ano passado, quando foram registrados 97 vítimas.