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Hospitais afetados pelo bloqueio do governo Federal na Capital avaliam suspensão de alguns procedimentos por falta de recurso

Foto : GHC Divulgação
Foto : GHC Divulgação

A direção do Grupo Hospitalar
Conceição vai a Brasília na próxima terça-feira para uma reunião com o Ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga.  A missão é tentar reverter o bloqueio de recursos
realizado pela pasta da economia. O GHC e Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (HCPA) tiveram mais de R$ 35 milhões bloqueados pelo Ministério da
Economia.

 A restrição faz parte da medida
anunciada no último dia 22, quando a pasta informou o contingenciamento
adicional de R$ 5,7 bilhões do orçamento de 2022 para cumprir o teto federal de
gastos.

 Caso não consiga uma resposta positiva de
Queiroga após o encontro na Capital federal, o diretor-presidente do GHC,
Cláudio Oliveira, prevê a suspensão de parte das cirurgias eletivas dos
hospitais do grupo

“Nós já comunicamos por telefone o Secretário
da Saúde do Município, Mauro Sparta, e a secretária da Saúde, Arita Bergmann sobre
o problema, mas ainda não oficiamos. Se tiver necessidade vamos informar de
forma oficial a suspensão de parte das cirurgias eletivas, seja 25%, 50% dependendo
dos medicamentos e dos materiais médicos disponíveis na casa”.

 O Grupo Hospitalar Conceição (GHC)
teve R$ 19, 4 bilhões bloqueados pelo Ministério da Economia. Segundo Cláudio
Oliveira, diretor-presidente do GHC, a medida afeta também as despesas
discricionárias. Por isso, não entram nessa conta os custos obrigatórios da
instituição, que englobam o pagamento de funcionários, médicos residentes,
alimentação e transporte. O GHC concentra 1500 leitos nos
quatro hospitais, onde faz 55 mil internações por ano; são cerca de 4 milhões
de exames e 30 mil cirurgias anuais. 

 Já o Hospital de Clínicas teve
bloqueados R$ 15,7 milhões que seriam usados para pagar empresas que prestam
serviços, comprar medicamentos, produtos de higiene e limpeza. O custo mensal
do grupo é de cerca de R$ 2,6 milhões,

“Objetivamente nós estamos no início
de dezembro com mais de sete milhões de reais em notas que nós deveríamos ter
recursos para pagar e nós não temos. Nossa equipe financeira está em contato
com o MEC diariamente. A medida ainda não afeta assistência do hospital de
Clínicas. No entanto, temos uma preocupação de eventualmente fazer um
contingenciamento em procedimentos, uma vez que os materiais dos fornecedores devem
ser devidamente pagos” ressalta a diretora presidente do Hospital, Nadine
Clausell.

 O que diz o Governo Federal

 Em nota, o Ministério da Economia
afirma ter sido obrigado a promover um bloqueio adicional nos limites
orçamentários e financeiros de todos os ministérios para cumprir o dispositivo
constitucional do teto de gastos de 2022. O Ministério da economia  informou nesta quarta-feira  remanejou R$
3,3 bilhões em despesas que eram classificadas como obrigatórias para gastos
discricionários de ministérios, que vêm sofrendo com limitações neste
encerramento de ano.