A atriz, cantora e diretora Marília Pêra morreu às 6h deste sábado (5), no Rio de Janeiro. A atriz que tinha 72 anos, lutava contra um câncer no pulmão há 2 anos. Ela morreu em casa, ao lado da família. Ela deixa os filhos Ricardo Graça Mello, Esperança Motta e Nina Morena e o marido Bruno Faria. O velório será no Teatro Leblon, sala Marília Pêra a partir de 13h. Neste ano ela recebeu o troféu Oscarito no 43º Festival de Cinema de Gramado.
Carreira
Filha dos atores Manuel Pêra e Dinorah Marzullo, Marília pisou no palco de um teatro pela primeira vez aos quatro anos de idade, ao lado dos pais, que integravam o elenco da companhia de Henriette Morineau. A primeira aparição na televisão foi em Rosinha do Sobrado, na Rede Globo, em 1965 e, em seguida, em A Moreninha. Além de Carmen Miranda, desempenhou nas telas e no palco papéis de mulheres célebres, como Maria Callas, Dalva de Oliveira, Coco Chanel e a ex-primeira dama do Brasil Sarah Kubitschek. A estreia como diretora aconteceu em 1978, na peça A Menina e o Vento, de Maria Clara Machado. Nos anos 60, chegou a ser presa durante a apresentação da peça Roda Viva (1968) de Chico Buarque e obrigada a correr nua por um corredor polonês . Foi presa uma segunda vez, visto que era tida como comunista, quando policias invadiram a residência, assustando a todos, inclusive o filho de sete anos, que dormia. Atualmente ela estava no ar no seriado Pé na Cova de Miguel Falabella.
Em entrevista ao programa Timeline da Rádio Gaúcha destacou como gostava do Rio Grande do Sul: “Eu tenho família no RS, em Pelotas, Santa Maria, Porto Alegre. Gosto muito do público daí que parece frio, mas não é frio não, é muito educado. Meu pai e minha mãe se casaram no palco de um teatro em frente ao São Pedro (teatro) em Porto Alegre. Eu sou uma portuguesa-gaúcha.”
Questionada sobre a trajetória da carreira ela revelou que acha mais difícil dirigir do que atuar. ‘Dirigir é mais difícil, o papel da liderança. As vezes eu sou meio fraca na liderança, porque eu fico com pena dos atores.’
