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“De onde vou tirar R$501, ganhando 1600?”, questiona servidora sobre cobrança a dependentes

Carolina Greiwe/Ascom IPE Saúde
Carolina Greiwe/Ascom IPE Saúde

A aposentada Élia Marli Fischer de Ávila atuou no setor de limpeza da  Escola, E.E. E Médio Coronel Pedro Osório em Pelotas por 24 anos. Fez concurso de servente que depois foi denominado Agente Educacional Infraestrutura. Pediu aposentadoria porque adquiriu muitos problemas de saúde ao longo da jornada exaustiva de trabalho, conforme relatou. Ao saber da proposta do governo do Estado para reformular o IPE Saúde, conta que levou um susto. 

O sentimento da dona Élia ocorre porque ela contribui para o plano de saúde dos servidores e tem um dependente: o marido, que está com 71 anos de idade.  Nesta semana, o Piratini divulgou uma tabela que prevê a cobrança de acordo com a idade dos titulares do plano e também dos dependentes, a ideia do governo gerou revolta dos servidores que ganham faixas de salários baixos:

“De onde eu vou ter condições de pagar 501 reais ganhando mil e seiscentos. Meu marido também é aposentado e ganha um salário mínimo. Sem descontar esse valor a gente já está passando necessidade. Eu tenho que ver os remédios mais importantes para deixar os outros pra trás, porque eu não tenho mais condições de comprar a medicação todos os meses. Em dez anos, nós só ganhamos seis por cento de aumento”  reclama, Élia. 

O Cpers ainda estuda a proposta do governo do Estado para o IPE Saúde, no entanto, a presidente do sindicato dos trabalhadores em educação do Rio Grande do Sul, Helenir Schürer, entende que se a ideia do Piratini avançar na Assembleia Legislativa do jeito que foi apresentada inicialmente, os servidores que ganham menos vão ser mais onerados

“Para um salário de 657 reais o governo está taxando o dependente acima de 59 anos em 501 reais tomando quase todo o vencimento básico dos nossos servidores de escola, enquanto isso os maiores salários vão pagar menos. Um exemplo é o próprio governador Eduardo Leite que hoje paga 1099 reais do IPE,  vai passar a contribuir com um pouco mais de 300 reais”, apontou a dirigente

Para presidente do Sindicato dos funcionários das Escolas Públicas do Estado do RS , ligado à Fessergs , Viviane dos Santos Pereira, os servidores que ganham salários baixos vão deixar o IPE Saúde se a proposta for aprovada na Assembleia Legislativa 

“Os servidores vão ter que desistir do IPE Saúde. Desse jeito teremos que ir pro SUS, nós não vamos ter como sustentar com nossos vencimentos esse absurdo, essa aberração que o estados está nos ofertando”

Hoje os servidores de escola pública, que não são do quadro docente , como merendeiras, serventes de limpeza, secretários escola, monitores, estão divididos em três níveis salariais;  nível 1 R$ 657, nível 2: R$ 1184 e nível 3: R$ 1770

Famurs avalia que proposta inicial do governo estadual para o IPE Saúde 

A Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande avalia que a proposta do governo do Estado, em um primeiro momento, não afetaria as cidades gaúchas que optaram pelo plano de saúde do Estado. Segundo o presidente da entidade, Paulinho Salerno, o sistema é diferente para quem tem contrato com IPE Saúde, porque cada município tem suas alíquotas próprias em que no mínimo 13,2% descontado no contracheque do servidor. 

Em mais um capítulo da complexa situação que vive a autarquia, o governador Eduardo Leite apresentou nesta semana aos deputados da base aliada a proposta do Piratini para estruturar plano de saúde que atende, em sua maior parte, servidores públicos do Rio Grande do Sul. O esboço do projeto do Executivo amplia a alíquota dos titulares, hoje em 3,1%, para 3,6%, índice que era aplicado até o ano de 2004. Já a participação do segurado em exames e consultas passaria de 40% a 50%. E também a cobrança de dependentes seria por faixa etária..

Ontem, ocorreu uma Audiência Pública na Associação Médica do Rio Grande do Sul proposta  pela ALRS. O sentimento geral da categoria é de que o governo precisa avançar mais na questão dos honorários dos profissionais que atendem o IPE saúde.