Brasil e Estados Unidos fecharam um acordo para acelerar a produção de uma vacina conjunta contra o zika vírus. Mas, no cenário mais otimista, o produto estará no mercado somente em três anos.
Nesta quarta, em Genebra, na Suíça, o chefe da delegação brasileira nas reuniões da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jarbas Barbosa, reuniu-se com representantes do governo americano. O acordo foi de que haveria um compromisso de ambos os lados para “acelerar” os trabalhos por uma vacina entre as instituições de pesquisa dos dois países.
Mas, segundo Barbosa, uma vacina apenas poderia começar de fato a ser usada em três anos. “Normalmente, vacinas podem levar até dez anos para serem produzidas. Nossa meta é a de encurtar esse prazo de forma importante”, disse o chefe da delegação brasileira, que também é presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Um primeiro grupo de especialistas brasileiros vai à Universidade do Texas na semana que vem. Segundo Barbosa, trata-se de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas. “Já estamos iniciando a cooperação”, disse. “Tanto do lado brasileiro como americano, existe a esperança de que isso acelere e que possamos ter, em um tempo muito menor, mais essa arma contra o zika vírus”, afirmou.
Questionado sobre prazos, Barbosa apontou que o cenário é de três anos até que todos os testes sejam feitos. “É difícil estabelecer um prazo exato. Mas, com esse esforço conjunto, estamos falando em um tempo de 30%, 40% ou 50% inferior a um desenvolvimento normal. Podemos talvez falar num universo de três anos para ter uma vacina desenvolvida”, explicou o brasileiro.
Em Quito, no Equador, a presidente Dilma Rousseff (PT) declarou que a busca pela vacina é um de seus objetivos. “Se ainda hoje nós não temos uma vacina, temos certeza de que iremos ter, mas vai levar um tempo. A melhor vacina contra o vírus da zika é o combate de cada um de nós, do governo, mas também da sociedade, eliminando todos os focos nos quais o mosquito vive e se reproduz”, disse.