Search
[adsforwp-group id="156022"]

Mais de 300 policiais do RS só atuam no setor administrativo, diz entidade

img_7121_foto_1.jpg

Um batalhão de policiais que poderiam estar nas ruas só pode atender a serviços administrativos na Brigada Militar. Isso porque os soldados ingressaram na corporação por meio de liminares na Justiça. A Associação de Cabos e Soldados (Abamf) do Rio Grande do Sul afirma que existem 322 policiais militares que passaram em concursos para fazer policiamento ostensivo, mas trabalham apenas na área administrativa.

A maioria dos policiais que ingressaram na corporação via Justiça foi aprovada entre 2009 e 2012. Um policial, que prefere não se identificar, diz que quer atuar nas ruas.

“Eu tenho certeza que, assim como eu, todos os meus outros amigos que eu tenho, são 300 na Brigada que estão na mesma situação, gostariam de estar na rua, ajudando a população, porque a nossa família também mora nas vilas e nossas famílias também precisam da gente.”

O policial afirma que o grupo já está preparado e que não há nada que os impeça, “apenas a burocracia”. “O governador quer retirar o administrativo e botar para a rua, a gente também quer. A gente é administrativo e a gente quer ir pra rua.”

Os PMs que entraram por liminar fizeram todos os treinamentos para trabalhar nas ruas. Eles, inclusive, já recebem os salários como soldados do policiamento ostensivo. Entretanto, como o estado recorreu da decisão judicial, o grupo segue trabalhando em setores administrativos até que saia uma decisão, ou seja, feito um acordo.

 

PMs passaram em último concurso

Esses mesmos PMs passaram no último concurso público, em 2013, e foram aprovados em todos os testes. Eles aguardam apenas a nomeação, junto com mais 2,2 mil aprovados. Conforme a Abamf, esse efetivo ajudaria a diminuir o déficit de policiais no estado.

O presidente da Abamf, Leonel Lucas Lima, afirma que o governo não teria custo nenhum. “Hoje está tendo prejuízo, porque eles no administrativo o governo não tem o policial na rua e está pagando esse policial como se tivesse na rua.”

Para o dirigente é preciso que o governo chegue a um acordo. “São tudo brigadianos novos, com três, quatro anos de Brigada, pronto pra trabalhar, como eles mesmos estão dizendo, estão com sangue nos olhos pra trabalhar e não podem trabalhar. Eles são soldados da Brigada Militar.”

O Comando da Brigada Militar não quis gravar entrevista com a RBS TV. O órgão disse apenas que acata a decisão da justiça. A BM afirma que o número de policiais nessa situação é bem menor do que o apresentado pela Abamf e que parte já trabalha nas ruas.

A Procuradoria Geral do Estado não soube dizer quantos brigadianos estão na atividade administrativa. E que nos casos de ações judiciais, aguarda a decisão definitiva do processo.