A presidente Dilma Rousseff aproveitou discurso no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (22), para mandar recados a integrantes do Poder Judiciário. Em sua fala, a presidente disparou que um executor da Justiça “não pode abdicar da imparcialidade” e também “não pode se transformar em militante partidário”.
“A democracia é afrontada e ameaçada quando o encarregado de executar a Justiça opta por descumprir as leis e a constituição. Um executor da Justiça não pode assumir como meta condenar adversários, em vez de fazer justiça. (…) Não pode também abdicar da imparcialidade, é ela que garante que todos somos iguais perante a lei. Não pode se transformar em militante partidário. Pode ter suas convicções, mas essas convicções partidárias não podem iluminar suas decisões”.
Encontro com juristas
Centenas de juristas foram recebidos na manhã de hoje, no Palácio do Planalto, para um ato “em defesa da legalidade e da democracia”. O encontro foi marcado após muitos pedidos de advogados, promotores, juízes e defensores públicos que queriam manifestar seu apoio à presidente da República.
Acompanhada dos ministros da Justiça e da Advocacia-Geral da União, além do governador do Maranhão e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais, Flávio Dino, Dilma foi aplaudida de pé ao chegar para o ato, realizado no salão nobre.
A sessão de cerca de três horas teve o pronunciamento de dez juristas, que condenaram o processo de impeachment e as ações da Operação Lava Jato conduzidas pelo juiz Sérgio Moro. Entidades jurídicas também entregaram manifestos em defesa da democracia e da legalidade à presidente.