O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), foi confirmado como o novo secretário da Segurança do Rio Grande do Sul. O anúncio é feito no começo da tarde desta sexta-feira (2) pelo governador José Ivo Sartori, em entrevista coletiva no Palácio Piratini.
“Tenho consciência e conhecimento de que Schirmer já enfrentou grandes desafios em sua vida. Tem confiança, competência e qualificação (…) Schirmer é a pessoa certa no momento certo”, disse, ao salientar as qualidades do novo secretário.
Schirmer foi deputado estadual, secretário da Agricultura, da Casa Civil e da Fazenda e atualmente é prefeito reeleito de Santa Maria. O político de 64 anos assume em meio a uma crise na segurança que resultou na convocação da Força Nacional. Os agentes federais irão permanecer no Estado pelos próximos 60 dias.
“São milhares de vidas que se perdem diariamente (…) Estamos em guerra, e o Brasil e o Rio Grande do Sul estão perdendo essa guerra”, discursou o novo secretário, citando “pais e mães” que perdem seus filhos para a violência.
O antecessor de Schirmer, Wantuir Jacini, pediu exoneração após a morte da representante comercial Cristine Fagundes em frente a escola do filho, em Porto Alegre. Um comitê de crise foi montado para gerir a área temporariamente sob o comando do vice-governador José Paulo Cairoli.
Com o anúncio de hoje, Schirmer vai renunciar ao mandato na prefeitura de Santa Maria, que cumpriria até o fim deste ano. Quem assume seu lugar é o vice, José Farret (PP).
Boate Kiss
Em março de 2013, a Polícia Civil apontou 28 pessoas como responsáveis pela tragédia na boate Kiss, ocorrida em janeiro do mesmo ano. Entre elas, Cézar Schirmer. No inquérito, a polícia considerou que o prefeito teve “comportamento omissivo e negligente, concorrendo para o resultado danoso”.
Em março de 2016, o Ministério Público decidiu arquivar investigação que poderia enquadrar Schirmer em improbidade administrativa por causa da tragédia na boate, que deixou 242 mortos. O arquivamento do inquérito civil instaurado em Santa Maria foi feito pela promotora Jocelaine Dutra Pains, que investigava a responsabilidade do prefeito e servidores municipais no caso.
