Em defesa da continuidade das obras de duplicação da BR-116, lideranças políticas e representantes empresariais apresentaram a reivindicação ao ministro do Transportes, Maurício Quintela. A necessidade de ampliação orçamentária – dos R$ 50 milhões destinados aos R$ 200 milhões pleiteados – foi reafirmada na mesa de negociação e a pressão política pelas intervenções ganharam mais força após a reunião desta terça-feira (25), em Brasília. Para o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Conclusão da Duplicação, deputado estadual Zé Nunes (PT), o cronograma de mobilização será intensificado com a bancada federal gaúcha e o governo do Estado para disseminar o pleito.
De acordo com o parlamentar petista, o diálogo com o Ministério expôs as divergências nas prioridades dos representantes políticos gaúchos. Na Câmara dos Deputados, a bancada do Rio Grande do Sul elegeu a construção da segunda ponte do Guaíba como destino central de direcionamento das verbas. Escolha, na visão de Nunes, classificada como equivocada. “Ficou claro a necessidade de manter os mecanismos permanentes de articulação política para a causa”, pontuou. Com o investimento, aproximadamente R$ 250 milhões, o parlamentar afirma ser possível dar andamento a trechos mais adiantados da duplicação e retomar o fluxo de obras.
O encontro com o ministro Maurício Quintela ainda contou com a presença do prefeito Eduardo Leite (PSDB), do prefeito de Morro Redondo e presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), Rui Brizolara; do presidente do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), Amadeu Fernandes, de equipes técnicas do Ministério de Transportes, Portos e Aviação Civil; e do superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul, Hiratan Pinheiro.
Apelo pela segurança
Responsável pela maioria dos acidentes nos trechos, a paralisação da duplicação preocupa a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O crescimento de mortes em colisões frontais, considerados como típicos de rodovias em pista simples, evidencia a necessidade do apelo por mais segurança. Conforme o chefe da 7ª Delegacia da PRF, José Apodi Dourado, o recurso destinado à ponte do Guaíba seria melhor aproveitado ao ser encaminhado para a BR-116. “São R$ 250 milhões empatados na ponte no ano que vem sem nenhum benefício à sociedade. Este valor terminaria vários trechos em fase de acabamento, o que desafogaria o trânsito, daria mais fluidez e segurança, diminuindo os acidentes graves e poupando vidas”, analisou.
Situação dos lotes
Obras paralisadas
Lote 3 – Do km 351,34 ao km 373,22
68,23% executados
Lote 4 – Do km 373,22 ao km 397,20
39,31% executados
Lote 5 – Do km 397,20 ao km 422,30
45,57% executados
Lote 8 – Do km 470,10 ao km 489,00
73,38% executados
Lote 9 – Do km 489,00 ao km 511,76
70,96% executados
Obras sem recursos
Lote 1 – Do km 300,54 ao km 325,00
61,46% executados
Lote 2 – Do km 325,00 ao km 351,34
70,43% executados
Obras em andamento
Lote 6 – Do km 422,30 ao km 448,50
42,24% executados
Lote 7 – Do km 448,50 ao km 470,10
44,3% executados
Com possibilidade de paralisação e executadas apenas com restos a pagar