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“A dependência das redes sociais deixa as pessoas menos inteligentes”, revela neurocientista

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O apagão das redes sociais na última segunda-feira (04) revelou um caos muito além de uma questão tecnológica. O
neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu, conta que este período
permitiu observar uma sociedade cada vez mais dependente dos conteúdos digitais,
o que pode trazer sérios riscos para a saúde física e mental”. Além disso, as
pessoas tiveram que passar horas sem acesso aos seus conteúdos digitais
favoritos e muitos revelaram o quanto estão dependentes destas ferramentas.

Mediante a este acontecimento,
Fabiano monitorou o comportamento das pessoas durante e após a volta destas
redes sociais. “Se enquanto durava o apagão a pessoa pegou no celular para
buscar constantemente algo para fazer ou analisou se já havia voltado. Se a
pessoa buscou outras redes sociais, isso já serve de alerta para um possível
vício. A depender do grau que isso afetou, revelando o tamanho do problema”,
acrescenta.

 É preciso lembrar que a pouco tempo atrás não
existia essas redes sociais e a sociedade vivia normalmente. “O que acontece
hoje com o comodismo para que não consiga usar outros meios e argumentos no
cotidiano, está relacionado a um cotidiano que formatou o cérebro mediante a
uma dependência”, argumenta o neurocientista. Para saber se a pessoa está
sofrendo deste vício, Fabiano cita algumas situações que aconteceram com muitos
usuários durante este tempo em que os aplicativos ficaram fora do ar e veja se
há identificação com alguma delas.

– “Ficou parado olhando para o
celular sem saber o que fazer”.

– “Entrava nos aplicativos
constantemente para ver se havia voltado”.

– “Entrou em aplicativos que não
costumava usar e ficou perdido”.

– “Sentiu agonia”.

– “Vazio existencial”.

– “Ficou impaciente e/ou
irritado”.

– “Teve a impressão de receber
uma notificação”.

– “Alteração de humor”.

“Se você sentiu alguns ou muitos
destes sintomas durante o dia ontem, é bom acender o sinal de alerta, pois
esses sintomas têm relação com a nomofobia”, recomenda Abreu. Para piorar, há
casos em que a pessoa sente tanto essa ausência que pode apresentar náuseas,
sudorese, entre outros sintomas físicos.

 Mas, o que é e o que causa a nomofobia?

Fabiano explica que “a nomofobia é a fobia
causada pelo desconforto e/ou angústia quando o indivíduo está sem acesso à
comunicação através dos aparelhos eletrônicos. No cérebro, na região dos
núcleos da base trabalhando com o sistema límbico, a sensação de prazer que a
liberação de dopamina promove a cada novo like ou expectativa de mensagem
recebida na rede social transforma o hábito em vício, estimulando a ficar cada
vez mais online buscando recompensa, aumentando a ansiedade que funciona como
pendência para esta busca”.

Além disso, “a função da dopamina é fornecer
um feedback positivo, uma recompensa ao organismo, que se torna uma busca
constante. Isso é compensatório, já que a ansiedade por si só tende a buscar
mais ou entra em uma atmosfera ruim pedindo mais recompensa. Como um ciclo
intermitente e gradativo”, completa.

Fabiano revela que há uma
diferença em quem usa as redes sociais para trabalho: “relatos de pessoas
que usam a rede social para trabalho em seu cotidiano foram positivos no
apagão; disseram que se sentiram aliviados e largaram seus aparelhos. Isso
acontece pois nestes casos, a rede social é usada como uma obrigação
profissional; quando fazemos algo por obrigação, a recompensa é quando fazemos
algo fora desta obrigação. Diferente das pessoas que usam a rede social para o
lazer que se torna uma necessidade. Isso não inclui influencers, que justificam
o vício da rede social como profissão, ou a produção de conteúdo na rede social
passou a ser uma profissão rentável, mesmo assim, desta forma, faz parte do
ciclo vicioso neste caso.” finaliza o psicanalista.

Confira a entrevista na íntegra: